"A China é um Estado de direito", afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Lin Jian, numa conferência de imprensa, argumentando que Pequim atua em conformidade com as práticas e leis internacionais na luta contra a migração ilegal e o contrabando.
No início do dia, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, disse estar alarmado com a deportação de uigures para a China, "onde não têm direitos e enfrentam perseguição, trabalho forçado e tortura".
"Esta é a mentira do século", afirmou Lin em resposta às acusações de que o Governo chinês está a cometer genocídio e a impor trabalhos forçados em Xinjiang, a região autónoma chinesa onde se concentra a maioria dos uigures e outros grupos étnicos de origem muçulmana.
O diplomata exortou os políticos de outros países que criticaram a China por causa de Xinjiang a "deixarem de fabricar mentiras", defendeu o desenvolvimento e a prosperidade da região e disse que Pequim vai intensificar a cooperação com outros países para reforçar a luta contra o crime transnacional.
A Tailândia deportou os 40 uigures para a China na quinta-feira, na sequência de um acordo com Pequim e apesar dos apelos das Nações Unidas e das organizações de defesa dos Direitos Humanos.
O primeiro-ministro tailandês, Paethongtarn Shinawatra, afirmou hoje que a deportação foi efetuada "respeitando os princípios internacionais" e com a confirmação de Pequim de que não seriam tomadas medidas legais contra os uigures, de acordo com um comunicado do Governo tailandês.
No final de janeiro, a ONU pediu à Tailândia que suspendesse imediatamente a deportação de 48 uigures para a China, devido ao risco de represálias contra os membros da minoria..
Os 48 uigures fazem parte de um grupo de cerca de 350 pessoas que foram detidas em 2014 quando entraram irregularmente na Tailândia.
Em 2015, Banguecoque deportou mais de 100 homens uigures para a China, provocando uma onda de indignação internacional, e, paralelamente, enviou 170 mulheres e crianças uigures para a Turquia.
Leia Também: Presidente chinês reconhece que economia enfrenta muitas dificuldades