PAM só tem provisões para duas semanas em Gaza após bloqueio de Israel

O Programa Alimentar Mundial (PAM) avisou hoje que só dispõe de alimentos suficientes na Faixa de Gaza para manter as cozinhas públicas e as padarias abertas durante menos de duas semanas.

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© Ahmad Salem/Bloomberg via Getty Images

Lusa
05/03/2025 15:56 ‧ há 2 semanas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

O alerta do PAM surge depois de Israel ter impedido, no fim de semana, a entrada de alimentos, combustível, medicamentos e outros abastecimentos na Faixa de Gaza, com o objetivo de pressionar o Hamas a aceitar um acordo de cessar-fogo alternativo, seis semanas após o início da frágil trégua.

 

Israel permitira um aumento da ajuda humanitária durante as primeiras seis semanas do cessar-fogo, mas o PAM explicou hoje que os seus 'stocks' estão baixos porque deu prioridade à distribuição de alimentos à população. 

A agência das Nações Unidas avisou também que as suas reservas de combustível só durariam algumas semanas.

O corte de alimentos, combustível, medicamentos e outros fornecimentos por parte de Israel aos dois milhões de habitantes de Gaza fez disparar os preços e levou os grupos humanitários a esforçarem-se por distribuir as reservas cada vez mais escassas aos mais vulneráveis.

O congelamento da ajuda pôs em perigo os progressos que os trabalhadores humanitários dizem ter feito para evitar a fome nas últimas seis semanas, durante a Fase 1 do acordo de cessar-fogo que Israel e o Hamas acordaram em janeiro.

Depois de mais de 16 meses de guerra, a população de Gaza está totalmente dependente de alimentos e de outros tipos de ajuda transportados por camião. 

A maioria está deslocada das suas casas e muitos precisam de abrigo. 

O combustível é sobretudo necessário para manter em funcionamento os hospitais, as bombas de água, as padarias e as telecomunicações, bem como os próprios camiões que transportam a ajuda.

Israel afirma que o cerco tem por objetivo pressionar o Hamas a aceitar a sua proposta de cessar-fogo. 

Telavive adiou a passagem à segunda fase do acordo alcançado com o Hamas, durante a qual o fluxo de ajuda deveria continuar. 

Terça-feira, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse que está preparado para aumentar a pressão e não exclui a possibilidade de cortar toda a eletricidade de Gaza se o Hamas não ceder.

Os grupos de defesa dos direitos humanos apelidaram o corte de eletricidade de "política de fome".

Leia Também: África do Sul acusa Israel de usar fome como arma de guerra em Gaza

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