A ZimParks defende que o Ministério das Minas deve "cancelar o pedido de prospeção exclusiva para atividades mineiras no Parque Nacional de Hwange, que visa especificamente a zona de proteção intensiva do rinoceronte negro Sinamatella".
No comunicado, divulgado pela a agência francesa de notícias, a France-Presse (AFP), explica que o projeto mineiro "aumentará o risco de extinção da espécie e as perspetivas de recuperação da população serão afetadas" neste país que faz fronteira com Moçambique.
A empresa chinesa Sunny Yi Feng apresentou um pedido de "prospeção de carvão vegetal" numa área de mais de 16.000 hectares, que começa a menos de oito quilómetros do acampamento de Sinamatella, que acolhe os visitantes do parque de Hwange, segundo o jornal oficial do Governo de 14 de fevereiro.
"A exploração mineira pode perturbar o fluxo das águas subterrâneas e ameaçar as fontes de água vitais de que depende a nossa vida selvagem, e esta perturbação pode agravar a atual escassez de água", argumenta a ZimParks.
A União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) considera que os rinocerontes negros estão em perigo de extinção. De acordo com os últimos números divulgados pela IUCN em setembro, existiam pouco mais de 6.400 no mundo, menos 1% num ano devido à caça furtiva.
Um precedente com outra empresa chinesa, a Tongmao Coal Company, no mesmo parque de Hwange, levou o Zimbabué a garantir, em 2020, que passaria a proibir a exploração mineira em reservas naturais.
Situado no oeste do país, o parque de Hwange alberga também a segunda maior população de elefantes do continente, segundo a ZimParks, com mais de 65.000 animais.
Leia Também: Quase 200 paraquedistas do Exército participam em exercício "inédito"