Presidente garante que Sudão do Sul não voltará à guerra

O presidente sul-sudanês, Salva Kiir, garantiu hoje que não haverá outra guerra no país, após um grupo armado ligado à oposição ter matado um importante comandante e um "capacete azul" da ONU durante uma operação de transporte previamente acordada.

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© Jeenah Moon/Bloomberg via Getty Images

Lusa
07/03/2025 17:41 ‧ há 2 dias por Lusa

Mundo

Sudão do Sul

"O governo que lidero irá resolver esta crise em nome da paz. Peço-vos que se acalmem e repito: não voltaremos à guerra", disse Kiir num discurso à nação após o anúncio do assassínio do oficial Majoor Dak pela organização Exército Branco em Nasir, cidade do estado do Alto Nilo, no norte do país.

 

O militar morreu hoje de manhã, hora local, quando estava a retirado num helicóptero da missão da ONU no Sudão do Sul (UNMISS), que foi atacado por membros do Exército Branco.

No incidente registou-se ainda a morte de um membro da tripulação do helicóptero da ONU e ferimentos noutros dois, disse a organização em comunicado.

A violência em Nasir eclodiu no início desta semana entre as tropas regulares e o Exército Branco -- uma organização ligada à oposição e que é liderado pelo vice-presidente do Sudão do Sul, Riek Machar - depois dos seus milicianos terem tomado uma guarnição local e capturado os seus membros.

Kiir reconheceu que Machar tentou mediar e que pediu ao comandante capturado que se rendesse às forças do Exército Branco, mas que a sua recusa levou os milicianos a matá-lo, embora não tenha responsabilizado o vice-presidente pelo incidente, uma vez que ficou demonstrado que este não tem qualquer influência real sobre a milícia.

O Movimento Popular de Libertação do Sudão na Oposição (SPLM-IO, na sigla em inglês), de Machar, anunciou na quinta-feira a retirada de dez soldados da Força de Defesa do Povo do Sudão do Sul (SSPDF, na sigla em inglês) de Nasir para a cidade de Malakal, numa ação destinada a pôr fim às tensões.

O porta-voz do movimento, Pal Mai Deng, explicou na quinta-feira que outros 27 militares governamentais, liderados por Majur Dak, deviam ser retirados mais tarde, mas o comandante da guarnição foi morto pelo Exército Branco quando tentava embarcar no helicóptero.

A escalada da tensão em Nasir levou as forças leais de Kiir a prender esta semana o ministro do Petróleo, Puot Kang Chol, o vice-chefe do Estado-Maior, Gabriel Duop Lam, e o ministro da Consolidação da Paz, Stephen Par Kuol, todos eles próximos de Machar e acusados de estarem por detrás dos ataques.

A crise levantou receios sobre o colapso do cessar-fogo e do acordo de paz assinado em 2018 entre o governo de Kiir e a oposição armada de Machar, que pôs fim a uma guerra de cinco anos que provocou cerca de 400 mil mortos no Sudão do Sul logo após a independência do Sudão.

Leia Também: Sudão do Sul enfrenta vaga de calor que aumenta desafios locais

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