Suécia apela ao Irão para libertar académico condenado à morte

O Ministério dos Negócios Estrangeiros sueco convocou hoje o embaixador iraniano a Estocolmo para apelar à "libertação imediata" do académico sueco-iraniano Ahmadreza Djalali, detido e condenado à morte há nove anos no Irão, alegando razões humanitárias.

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© Thierry Monasse/Getty Images

Lusa
07/03/2025 17:55 ‧ há 2 semanas por Lusa

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Suécia

"Recebemos sinais muito preocupantes sobre a deterioração do estado de saúde de Ahmadreza Djalali. Por esta razão, o embaixador iraniano foi convocado hoje, com caráter de urgência, ao Ministério dos Negócios Estrangeiros", anunciou o Governo sueco num comunicado.

 

Durante a reunião, o Ministério dos Negócios Estrangeiros exigiu ao embaixador iraniano "a libertação imediata de Djalali, por razões humanitárias e para que o académico se possa reunir com a sua família e receber os cuidados médicos necessários com urgência", e pediu autorização para ter acesso consular ao detido.

A Suécia reiterou ao embaixador iraniano o seu veemente protesto contra a condenação à morte de Djalali e apelou a que esta não fosse executada.

"A posição da Suécia e da União Europeia (UE) sobre a pena de morte é muito clara. Condenamos a aplicação da pena de morte e opomo-nos sempre, em todo o lado e em todas as circunstâncias, à mesma", afirmou o Governo sueco na mesma declaração.

Djalali, de 53 anos, médico e investigador do Instituto Karolinska em Estocolmo, está detido na prisão iraniana de Evin desde a sua detenção em 2016, durante uma conferência no país.

As autoridades iranianas acusaram Djalali de espionagem e, em 2017, condenaram-no à morte.

Em junho passado, Estocolmo e Teerão assinaram um acordo de troca de prisioneiros, no qual o cidadão iraniano Hamid Nouri, condenado a prisão perpétua na Suécia, foi trocado pelos suecos Johan Floderus e Saeed Azizi, condenados por crimes contra a segurança nacional.

Djalali foi excluído do acordo de troca, o que suscitou críticas de algumas organizações e da família do académico.

O governo sueco afirmou na altura que havia tentado incluir Djalali no acordo, mas Teerão recusou, justificando que o caso do académico era anterior à detenção do cidadão iraniano Hamid Nouri, e que não reconhecia a nacionalidade sueca de Djalali, concedida quando o mesmo já se encontrava detido no seu país de origem.

"Fui deixado numa situação horrível, com o risco imediato de ser executado. Parece que sou considerado um cidadão de segunda classe devido à minha dupla nacionalidade", lamentou Djalali à emissora pública sueca SVT, há dois meses.

Nessa altura, o académico já havia alertado a SVT para a deterioração do seu estado de saúde, dado que sofre de gastrite, pedras na vesícula e arritmias cardíacas, que podem levar à paragem cardíaca.

Leia Também: Irão diz que desconhece carta de Trump sobre planos nucleares

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