Esta força internacional tem como objetivo dissuadir a Rússia de desencadear uma nova ofensiva após a entrada em vigor de um cessar-fogo, afirmou o oficial militar francês à agência Associated Press (AP), sob condição de anonimato.
O projeto franco-britânico será apresentado aos responsáveis militares na primeira parte das conversações de terça-feira, continuou o responsável francês.
A segunda parte das conversações incluirá debates "mais precisos e concretos", durante os quais os participantes serão convidados a indicar de que forma as forças armadas dos seus países poderão contribuir para a força de segurança internacional.
O oficial militar sublinhou, no entanto, que a decisão final sobre a participação dos países na força de segurança seria tomada ao nível político, pelos líderes governamentais de cada Estado.
Os chefes de Estado-Maior - ou, no caso do Canadá, o seu representante - de quase todos os 32 países da aliança militar da NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental) estarão presentes nas discussões de Paris.
Estarão também presentes os chefes de Estado-Maior da Irlanda e de Chipre e um representante da Áustria, países que não são membros da NATO, mas que pertencem à União Europeia (UE).
Os Estados Unidos, a Croácia e o Montenegro foram convidados a participar nas reuniões, mas estarão ausentes.
A longa lista dos intervenientes que participarão na reunião na terça-feira incluirá membros de países dos continentes da Oceânia e da Ásia, entre os quais a Austrália e a Nova Zelândia, bem como o Japão e a Coreia do Sul, que se juntarão às conversações à distância.
A Ucrânia será representada por um oficial militar, que é também membro do conselho de segurança e defesa do país.
A guerra em curso foi desencadeada pela invasão russa da Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, para, segundo o presidente russo, Vladimir Putin, "desmilitarizar e desnazificar" o país vizinho.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o seu homólogo russo, Vladimir Putin, garantiram em várias ocasiões que estão prontos para negociações de paz, mediante determinadas condições, mas nada foi materializado e continuam em lados opostos.
A Ucrânia pede garantias sólidas de segurança aos seus aliados, para evitar que Moscovo volte a atacar, ao passo que a Rússia quer uma Ucrânia "desmilitarizada" e que entregue os territórios que a Rússia afirma ter anexado, o que Kiev considera inaceitável.
Zelensky propôs na semana passada uma trégua com a Rússia no ar e no mar para iniciar conversações sobre uma "paz duradoura" com Moscovo.
Leia Também: Rússia com venda de armas em queda e Ucrânia o maior importador