"A situação na fronteira da região de Sumy com a região de Kursk, da Federação Russa, está sob controlo das Forças Armadas da Ucrânia", escreveu nas redes sociais o chefe das Forças Armadas ucranianas, Oleksandr Syrsky.
Syrsky disse que as tropas russas estão a empregar um "número significativo" de tropas para estas ações e estão a ser reforçadas por soldados norte-coreanos destacados em Kursk, apesar de a Ucrânia estar a causar ao inimigo, segundo disse, "grandes perdas em equipamento militar e pessoal".
"Na zona de Plekhovo [região de Kursk], o inimigo perdeu um batalhão de infantaria em quatro dias de combates", disse o general, que explicou que as tropas ucranianas estão a destruir os sabotadores russos e os grupos de infantaria que tentam penetrar no território ucraniano.
O general ucraniano ordenou que as suas tropas na região fossem reforçadas com mais homens e tecnologia.
"Tomei a decisão de reforçar o nosso agrupamento com as forças e os meios necessários, incluindo em termos de guerra eletrónica e de componentes não tripulados", ou seja, 'drones', declarou Syrsky.
Desde agosto de 2024, as forças ucranianas ocuparam centenas de quilómetros quadrados na região fronteiriça russa de Kursk, na sequência de uma ofensiva surpresa.
Nos últimos meses, porém, as tropas russas lançaram ataques com o objetivo de retomar estes territórios, apoiados, segundo Kyiv, Seul e o Ocidente, por soldados norte-coreanos.
Nos últimos dias, a Rússia reivindicou a responsabilidade pela tomada de várias cidades na região de Kursk e de uma aldeia na região ucraniana vizinha de Sumy.
Por seu lado, os meios de comunicação social e os analistas militares relataram uma situação cada vez mais difícil para as forças ucranianas, que viram as suas linhas logísticas ameaçadas pelos avanços russos, ao ponto de temerem um cerco.
Syrsky também negou que as forças ucranianas que ocupam uma parte cada vez menor da região de Kursk estejam em risco de serem cercadas pelos russos, como tem sido especulado nas redes sociais.
"As unidades [ucranianas] estão a tomar medidas apropriadas para manobrar para linhas de defesa mais convenientes", disse Syrsky.
A tentativa da Rússia de romper a fronteira ucraniana através da região de Sumy faz parte dos esforços de Moscovo para expulsar as tropas ucranianas da zona do território que ocupam em Kursk.
Ao entrar em território ucraniano, as forças russas procuram cortar as rotas logísticas mais importantes que alimentam as tropas ucranianas em Kursk.
De acordo com a plataforma de análise da guerra ucraniana DeepState, o território sob controlo ucraniano em Kursk foi reduzido no início de março, em apenas uma semana, de 407 para 288 quilómetros quadrados.
Leia Também: Ucrânia. Mais de 30 países em Paris para debater força de segurança
