Mais de 50 universidades dos EUA investigadas por "discriminação racial"

Mais de 50 universidades norte-americanas estão a ser investigadas por alegada "discriminação racial", no âmbito da campanha do Presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, para abolir os programas de diversidade, equidade e inclusão (DEI).

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Lusa
14/03/2025 15:40 ‧ há 3 horas por Lusa

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O Departamento de Educação norte-americano anunciou hoje que irá investigar várias universidades nos EUA, um mês depois de alertar as escolas e faculdades do país de que poderiam perder financiamento federal devido às "preferências baseadas em raça" nas admissões de estudantes, bolsas de estudo e noutros elementos da vida estudantil.

 

"Os estudantes devem ser avaliados de acordo com o seu mérito e desempenho, e não com base na cor da sua pele", afirmou a secretária da Educação, Linda McMahon, num comunicado.

"Não cederemos neste compromisso", frisou McMahon na mesma nota.

A maior parte das investigações incide sobre as parcerias das faculdades com o Projeto PhD, uma organização sem fins lucrativos que ajuda estudantes de grupos sub-representados a formarem-se em Gestão.

Os representantes do Departamento de Educação norte-americano acusaram o Projeto PhD de limitar a elegibilidade dos estudantes com base na "discriminação racial" e afirmaram que as faculdades que estabelecem parcerias com a organização estão "a envolver-se em práticas de exclusão racial nos seus programas de pós-graduação".

Entre as 45 faculdades que estão a ser investigadas por ligações ao Projeto PhD incluem-se universidades públicas como a Arizona State, a Ohio State e a Rutgers, e instituições privadas conceituadas como Yale, Cornell, Duke e o Massachusetts Institute of Technology (MIT).

A agência noticiosa Associated Press (AP) tentou contactar o Projeto PhD, mas não obteve resposta imediata.

Segundo o Departamento de Educação, seis outras faculdades estão a ser investigadas por concederem "bolsas de estudo inadmissíveis com base na raça", e uma outra é acusada de administrar um programa que segrega os estudantes com base na sua etnia.

Essas sete são: Grand Valley State University, Ithaca College, New England College of Optometry, University of Alabama, University of Minnesota, University of South Florida e University of Tulsa School of Medicine.

O departamento não esclareceu qual das sete instituições está a ser investigada por alegações de segregação racial.

Esta decisão reforça uma deliberação do Supremo Tribunal dos EUA de 2023, que proibiu as instituições de ensino superior de utilizarem a etnia como critério de admissão.

Apesar de a decisão do Supremo se ter centrado nas políticas de admissão da Universidade Harvard e da Universidade da Carolina do Norte, o Departamento de Educação adiantou que interpretará a decisão de modo a proibir políticas baseadas na discriminação racial em qualquer elemento relacionado com a educação, desde o ensino básico ao ensino superior.

Craig Trainor, secretário adjunto interino para os direitos civis, afirmou que os esforços de diversidade, equidade e inclusão das escolas e faculdades têm "introduzido estereótipos raciais e consciência racial explícita para a formação, programação e disciplina quotidianas".

As investigações do Departamento de Educação estão a ser contestadas em tribunais federais pelos dois maiores sindicatos de professores dos EUA, que acusam o departamento de ser demasiado vago e de violar os direitos de liberdade de expressão dos educadores.

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