Num texto de conclusões do presidente do Conselho Europeu, António Costa, sobre o apoio da UE à Ucrânia e que foi subscrito por 26 chefes de Governo e de Estado da UE -- incluindo o primeiro-ministro português, Luís Montenegro, e sem contar com a assinatura do líder húngaro, Viktor Orbán --, é pedido "à Rússia para que demonstre uma verdadeira vontade política de pôr termo à guerra".
Tal como aconteceu na cimeira extraordinária de há duas semanas, neste Conselho Europeu a Hungria manteve a sua oposição à ajuda a Kyiv por considerar que os direitos das minorias húngaras na Ucrânia não são salvaguardados.
Por essa razão, Budapeste ficou de fora destas conclusões agora aprovadas com amplo consenso, nas quais os líderes da UE dizem estar "dispostos a intensificar a pressão sobre a Rússia, nomeadamente através de novas sanções e do reforço da aplicação das medidas existentes" e vincam que "todo o apoio militar, bem como as garantias de segurança para a Ucrânia, serão prestados no pleno respeito da política de segurança e defesa" e dos interesses dos países.
Esta posição do bloco comunitário é assumida quando se falam em conversações de paz, após uma proposta de cessar-fogo norte-americana, e nas quais a UE entende que a Ucrânia deve estar na posição mais forte possível antes, durante e depois das negociações para pôr termo à guerra.
"A UE e os seus Estados-membros contribuirão para o processo de paz e ajudarão a garantir uma paz justa e duradoura na Ucrânia, o que é do interesse tanto da Ucrânia como da Europa no seu conjunto", adianta o texto.
A sessão sobre a Ucrânia marcou o arranque desta cimeira europeia, por cerca de duas horas, na qual ficou assente a necessidade de continuar a apoiar o país política e militarmente, de acordo com fontes europeias.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, participou por videoconferência na sessão, tendo informado os líderes da UE sobre os últimos desenvolvimentos no terreno, perante os mais recentes ataques russos, relatando ainda os seus últimos contactos com a administração norte-americana e os próximos passos para um cessar-fogo verificável e as negociações de um acordo de paz.
Segundo fontes comunitárias, no seu discurso, Volodymyr Zelensky focou-se no Presidente russo, Vladimir Putin, a quem acusou de ter dificuldade em cumprir as suas palavras, pelo que pediu à UE que aumente a sua ajuda a Kyiv e mantenha as sanções aplicadas a Moscovo.
Até hoje, a UE concedeu 138,2 mil milhões de euros à Ucrânia, incluindo 49,3 mil milhões de euros em apoio militar e, em termos de ajuda financeira, o bloco europeu contribuirá com 30,6 mil milhões de euros para Kyiv em 2025.
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