Estudante ativista de Columbia detido comparece em processo de imigração

O estudante ativista detido da Universidade de Columbia Mahmoud Khalil compareceu hoje no tribunal de imigração num centro de detenção no estado do Luisiana, enquanto os advogados lutam junto de várias entidades para tentar libertá-lo.

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© REUTERS/Eduardo Munoz

Lusa
21/03/2025 18:48 ‧ há 8 horas por Lusa

Mundo

Columbia

Khalil, de 30 anos, residente permanente legal nos Estados Unidos sem cadastro, sentou-se sozinho ao lado de uma cadeira vazia durante uma breve sessão do tribunal, que apenas tratou de agendamento. O advogado participou através de vídeo.

 

O complexo de detenção, onde decorreu a sessão do tribunal, está cercado por duas filas de altas cercas de arame farpado e rodeado por florestas de pinheiros, e fica próximo da pequena cidade de Jena, ca erca de 240 quilómetros a norte da capital do Luisiana, Baton Rouge.

Via vídeo, o advogado Marc Van Der Hout disse que começou agora a representar Khalil e precisa de mais tempo para falar com ele, obter documentação e aprofundar o caso. Um juiz de imigração marcou uma audiência para 08 de abril.

Os advogados de Khalil também recorreram ao tribunal federal para contestar a detenção e potencial deportação, que se aproxima numa altura em que a mulher, cidadã norte-americana, está à espera do primeiro filho do casal.

Um juiz federal de Nova Iorque decidiu na quarta-feira que Khalil pode contestar a legalidade da detenção, mas que o caso deve ser transferido para um tribunal federal de Nova Jérsia.

O estudante da Universidade de Columbia foi detido por agentes federais da imigração a 08 de março, no âmbito da repressão ordenada pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, do que ele chama "protestos antissemitas e antiamericanos" no 'campus' universitário.

No ano passado, Khalil foi porta-voz e negociador de manifestantes pró-palestinianos que se opunham à guerra de Israel na Faixa de Gaza.

Os manifestantes, alguns dos quais judeus, afirmaram que não é antissemita nem antiamericano criticar as ações militares israelitas e defender os direitos humanos e as reivindicações territoriais dos palestinianos.

No entanto, alguns estudantes judeus disseram que as manifestações não se limitaram a criticar o Governo israelita, mas lançaram uma retórica e um comportamento que fizeram com que os judeus se sentissem indesejados ou mesmo inseguros no 'campus' daquela universidade da Ivy League.

Um grupo de trabalho de Columbia sobre antissemitismo encontrou problemas "graves e generalizados" na universidade.

A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que Khalil organizou protestos perturbadores que assediaram estudantes judeus e "distribuíram propaganda pró-Hamas".

O Hamas, o movimento islamita palestiniano que controla a Faixa de Gaza e atacou Israel a 07 de outubro de 2023, foi classificado pelos Estados Unidos como uma organização terrorista.

O Governo norte-americano está a tentar deportar Khalil ao abrigo de um estatuto raramente utilizado, que permite a remoção do país de não-cidadãos que possam desencadear "consequências adversas potencialmente graves para a política externa dos Estados Unidos".

Mahmoud Khalil, um cidadão argelino nascido na Síria no seio de uma família palestiniana, declarou num comunicado que a detenção reflete o "racismo antipalestiniano" existente nos Estados Unidos.

Antes de ser detido pelo Governo, Khalil afirmou que um inquérito disciplinar da Universidade de Columbia estava a transformá-lo em bode expiatório por ser uma figura identificável nos protestos.

Columbia enfrenta agora uma maior pressão do Governo Trump para lidar com as acusações de antissemitismo, incluindo exigências de níveis sem precedentes de controlo governamental sobre a universidade privada, se esta quiser continuar a receber subsídios federais para investigação e outros fins.

Leia Também: Justiça dos EUA investiga se Colúmbia escondeu estudantes procurados

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