A justiça turca acusou-os de terem pedido uma investigação sobre a morte, em dezembro, de dois jornalistas curdos turcos na Síria, alvos de um drone turco, numa zona onde os combatentes pró-turcos estavam envolvidos em confrontos com fações curdas, de acordo com uma organização não-governamental (ONG).
"Hoje é um dia negro. Neste tribunal, talvez tenhamos testemunhado o colapso da justiça turca", afirmou o presidente da Ordem dos Advogados de Istambul, Ibrahim Kaboglu, à saída de um tribunal da cidade.
O presidente da União dos Advogados Turcos, Erinç Sagkan, denunciou uma "decisão vergonhosa" e sublinhou que "ninguém tem o poder de silenciar os advogados".
Em janeiro, foi lançado um processo de impugnação contra o presidente da Ordem dos Advogados de Istambul e o seu Conselho, tendo a Ordem dos Advogados de Istambul, por seu lado, avaliado a ação judicial como "sem qualquer base jurídica".
O presidente da Ordem dos Advogados de Istambul é um antigo deputado do Partido Republicano do Povo (CHP, social-democrata), a principal força da oposição turca, que inclui o presidente da Câmara de Istambul, Ekrem Imamoglu, detido na quarta-feira sob a acusação de terrorismo e corrupção.
Firat Epozdemir, membro do Conselho da Ordem dos Advogados de Istambul, está detido desde o final de janeiro por "adesão a uma organização terrorista", depois de ter sido detido no aeroporto de Istambul quando regressava de uma reunião no Conselho da Europa, em Estrasburgo (França).
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