Num comunicado publicado na sua conta da rede social X, o ministério liderado por Ali Yerlikaya anuncia que Ekrem Imamoglu está "suspenso das suas funções pelo Ministério do Interior como medida temporária, de acordo com o artigo 127 da Constituição".
A medida também se aplica a outros conselheiros que também foram presos, nomeadamente o conselheiro distrital de Beylikdüzü, Mehmet Murat Çalik, e o conselheiro distrital de Sisli, Resul Emrah Sahan, ambos em Istambul.
O presidente da câmara de Istambul e líder da oposição turca, Ekrem Imamoglu, foi hoje transferido para a instituição prisional de Mármara, uma prisão de segurança máxima localizada na cidade de Silivri, província de Istambul.
A transferência foi efetuada em três mini autocarros que transportaram os 48 suspeitos, incluindo Ekrem Imamoglu, do Tribunal de Istambul, no distrito de Çaglayan, para a prisão de Mármara, onde foram implementadas fortes medidas de segurança, noticia o jornal turco Hürriyet.
O Tribunal de Istambul emitiu este domingo a prisão preventiva contra Imamoglu e outras 47 pessoas por alegados crimes de corrupção, naquele que a oposição denuncia como um julgamento com motivação política. Milhares de pessoas mobilizaram-se para protestar contra a prisão de Imamoglu, membro do Partido Popular Republicano (CHP).
Os advogados do presidente da câmara de Istambul já anunciaram que vão recorrer da decisão.
"É claro que vamos recorrer da ordem de prisão", disse um dos advogados à agência francesa AFP.
Em reação às notícias, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Alemanha referiu que a prisão de Ekrem Imamoglu é um grande revés para a democracia na Turquia e pediu transparência e um julgamento baseado no Estado de direito para esclarecer as acusações.
"A prisão do presidente da câmara de Istambul e proeminente político da oposição, Ekrem Imamoglu, é um grande revés para a democracia", comentou.
Imamoglu é considerado o principal opositor do Presidente Recep Tayyip Erdogan e deveria ser consagrado hoje como candidato dos sociais-democratas do Partido Republicano do Povo (CHP, na sigla em turco) às próximas eleições presidenciais.
Numa declaração divulgada nas redes sociais através dos advogados, Imamoglu pediu aos apoiantes que não desanimassem e prometeu que não desistirá de lutar contra Erdogan.
A detenção de Imamoglu na quarta-feira desencadeou uma onda de protestos em Istambul e nas principais cidades da Turquia, incluindo a capital, Ancara.
O Ministério do Interior anunciou hoje que 323 pessoas foram detidas no sábado à noite só em Istambul, juntando-se às 343 detidas na sexta-feira à noite em todo o país.
No protesto de sábado em Istambul, participaram provavelmente mais de 50.000 pessoas, ainda mais do que nos dias anteriores, segundo a agência espanhola EFE.
Leia Também: Rival de Erdogan preso na Turquia. "Golpe político"? O que se sabe