"Estamos aqui para lembrar que o poderoso monstro da NATO bombardeou os sérvios duas vezes. Primeiro, na Republika Srpska (a entidade sérvia da Bósnia) e depois aqui na Sérvia. Fê-lo sem hesitação e sem decisões internacionais válidas. Por prazer", vincou Dodik, no seu discurso.
Milorad Dodik referia-se aos ataques da Aliança Atlântica em 1995 às forças sérvias da Bósnia, depois de estas terem cometido genocídio contra a população muçulmana na cidade de Srebrenica, durante a guerra civil na Bósnia-Herzegovina.
O líder sérvio-bósnio, que está sujeito a um mandado de captura dos tribunais da Bósnia-Herzegovina, discursou ao lado do presidente nacionalista sérvio Aleksandar Vucic.
Dodik é presidente da República Sérvia, uma das duas entidades que compõem a Bósnia-Herzegovina, e cuja secessão ameaça há anos.
Em 14 de março, um tribunal da Bósnia-Herzegovina emitiu um mandado de detenção para Dodik por aprovar uma série de medidas que afastam a entidade sérvia das instituições centrais da Bósnia, decisão condenada tanto pela União Europeia (UE) como pelos Estados Unidos.
A Sérvia recorda que há 26 anos a NATO lançou uma operação punitiva contra a repressão do então líder autoritário sérvio, Slobodan Milosevic, na província do Kosovo.
Os ataques, que duraram quase três meses e fizeram cerca de 500 mortos civis, levaram à retirada das forças sérvias do Kosovo e, por fim, à queda do regime de Milosevic.
O Kosovo declarou unilateralmente a sua independência em 2008, que a Sérvia ainda não reconhece.
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