As autoridades emitiram um mandado de captura contra Milorad Dodik, Presidente da entidade sérvia da Bósnia, no passado dia 19.
Dodik é procurado pela polícia para ser interrogado no âmbito de uma investigação sobre um atentado à ordem constitucional, mas, porém, deslocou-se a Belgrado na segunda-feira para assistir às comemorações da campanha de ataques aéreos da NATO na primavera de 1999, que obrigou as forças sérvias a cessar os combates no Kosovo.
"Serão tomadas todas as medidas e ações necessárias para determinar as circunstâncias e a forma como o Presidente da República Srpska Milorad Dodik atravessou a fronteira entre a Bósnia-Herzegovina e a República da Sérvia", declarou a polícia, em comunicado.
De acordo com o mandado de captura, todas as forças policiais da Bósnia-Herzegovina devem prender o Dodik e entregá-lo aos tribunais, segundo um oficial superior da polícia na semana passada.
Dodik já foi condenado, no final de fevereiro, a um ano de prisão e a seis anos de interdição de exercício de funções, por não ter cumprido as decisões do Alto Representante internacional responsável pela aplicação do acordo de paz de Dayton de 1995 na Bósnia.
O responsável poderia recorrer, mas rejeitou a decisão, denunciando-a como um "processo político", e lançou-se numa batalha contra as instituições do Estado central que há muito contesta.
Nos termos do Acordo de Dayton - que pôs fim à guerra intercomunitária que custou quase 100.000 vidas entre 1992 e 1995 - a Bósnia está dividida em duas entidades autónomas, a República e a Federação croata-muçulmana, ligadas por um Estado central fraco.
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