"Estamos muito preocupados com os persistentes ataques contra civis em todo o país. Ontem [segunda-feira] à noite, em Darfur, ataques aéreos contra um mercado terão causado dezenas de vítimas", afirmou Stéphane Dujarric, porta-voz do Secretário-Geral da ONU, António Guterres.
O porta-voz do Secretário-Geral manifestou também preocupação com uma "escalada de ataques" contra zonas densamente povoadas na região da capital, Cartum.
O porta-voz não deu mais detalhes ou informações sobre o número de vítimas no ataque que atingiu o mercado em Darfur.
A organização de advogados do Sudão Emergency Lawyers disse hoje que um ataque da Força Aérea sudanesa contra um mercado na cidade de Tora, Darfur do Norte, matou centenas de civis.
O grupo de advogados pró-democracia, uma organização não governamental (ONG), que documenta as violações dos direitos humanos desde o início da guerra no Sudão, em abril de 2023, afirmou em comunicado que os aviões de combate das Forças Armadas sudanesas "cometeram um massacre" no mercado de Tora.
Além de centenas de mortos, o mesmo comunicado refere-se a dezenas de feridos, na sequência do mesmo bombardeamento.
Grupos humanitários no Sudão disseram mais tarde que pelo menos 54 pessoas foram mortas nesse ataque aéreo à aldeia de Tora, que terá causado um incêndio, segundo Adam Rejal, porta-voz de um grupo local que ajuda deslocados no Darfur, citado pela Associated Press.
Um porta-voz dos militares sudaneses negou que tenham sido alvejados civis, acrescentando que as alegações são "incorretas" e "são levantadas sempre que as forças (do exército) exercem o seu direito constitucional e legal de lidar com alvos hostis".
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