Jornalista sueco detido na Turquia ficou em prisão preventiva

O jornalista sueco Joakim Medin ficou em prisão preventiva, um dia depois de ser detido quando chegou à Turquia para cobrir os protestos registados no país, segundo o chefe de redação do seu jornal, Andreas Gustavsson.

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© ANGELOS TZORTZINIS/AFP via Getty Images

Lusa
28/03/2025 23:15 ‧ há 3 dias por Lusa

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Turquia

Questionado pela agência noticiosa France Presse sobre se jornalista tinha sido detido, Gustavsson respondeu numa mensagem: "É verdade".

 

"Não fomos informados das acusações contra ele", acrescentou sobre o jornalista, que a imprensa turca referiu ser acusado de ter "insultado o Presidente" do país, Recep Tayyip Erdogan, e de ser "membro de uma organização terrorista armada".

O repórter do diário Dagens ETC foi detido à chegada ao aeroporto de Istambul.

O inquérito contra Medin por "ligações terroristas", pelo qual foi detido à chegada ao aeroporto, foi aberto em janeiro de 2023, por o jornalista ter participado numa manifestação anti-Erdogan em Estocolmo, no dia 11 desse mês, refere a agência turca de notícias Anadolu, citando fontes judiciais.

Organizada por um grupo curdo que Ancara considera fazer parte do ilegalizado Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), a manifestação foi alvo de protestos diplomáticos já que protestantes penduraram pelos pés um boneco representando o Presidente turco.

Medin também fazia reportagens desde 2014 nas zonas curdas da Síria, Iraque e Turquia, e em 2016 publicou um livro sobre a luta das milícias curdas sírias em Kobani contra o grupo jihadista Estado Islâmico.

Quinta-feira, Turquia expulsou um conhecido repórter britânico, Mark Lowen, da BBC, depois de vários dias a cobrir os protestos em Istambul, com o argumento de que não tinha a acreditação necessária como jornalista.

Dois outros jornalistas foram detidos durante a madrugada de sexta-feira em Istambul.

Elif Bayburt, da agência noticiosa Etkin, e Nisa Suda Demirel, do jornal de notícias online Evrensel, foram as últimas a serem detidas durante as rusgas da madrugada, que tiveram como alvo ativistas políticos, sindicalistas e jornalistas.

As manifestações na Turquia tiveram início na semana passada, após a detenção do presidente da Câmara de Istambul, Ekrem Imamoglu, um dos principais rivais do Presidente Recep Tayyip Erdogan.

Imamoglu foi preso e aguarda julgamento por acusações de corrupção que muitos consideram ter motivações políticas. O Governo insiste que o poder judicial é independente e não tem interferência política.

O Ministro do Interior turco, Ali Yerlikaya, disse na quinta-feira que cerca de 1.900 pessoas foram detidas desde 19 de março.

As manifestações noturnas em Istambul, organizadas pelo Partido Republicano do Povo (CHP, social-democrata), de Imamoglu, terminaram na terça-feira, no entanto estenderam-se a outras cidades, e mesmo em Istambul, desde o fim dos comícios do CHP, os protestos têm sido mais orgânicos.

Apesar dos protestos, na sua maioria pacíficos, a polícia utilizou gás lacrimogéneo, canhões de água e balas de plástico para reprimir as manifestações proibidas em Istambul, Ancara e Izmir.

Leia Também: Turquia. Mais jornalistas detidos ao cobrir protestos anti-governamentais

 

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