O ataque, que ocorreu durante a manhã, foi acompanhado de intensos bombardeamentos e disparos que "visaram o campo de Zamzam para pessoas deslocadas do sul e do leste", afirmou em comunicado o comité de resistência local, um grupo pró-democracia que coordena a ajuda ao Sudão, que há dois anos vive uma guerra pelo controlo do poder entre as Forças Armadas Sudanesas (SAF, na sigla em inglês) e os paramilitares Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês).
Testemunhas descreveram à agência noticiosa France-Presse (AFP) veículos de combate dos paramilitares a infiltrarem-se no campo sob fogo cerrado.
De acordo com o comité, o ataque encontrou resistência, mas a extensão exata dos danos permanece incerta devido a uma falha nas comunicações e à falta de acesso à internet.
Campos densamente povoados como Zamzam têm sofrido desde que a guerra eclodiu em 15 de abril de 2023 entre o exército, comandado pelo general Abdel Fattah al-Burhane, governante de facto do país desde um golpe de Estado em 2021, e o seu antigo adjunto, o general Mohamed Hamdan Dagalo, chefe das RSF.
O campo de Zamzam é o primeiro onde foi declarado o estado de fome no Sudão.
Os paramilitares têm vindo a intensificar os seus esforços para conquistar Darfur, uma região a oeste composta por cinco estados, desde que perderam o controlo da capital, Cartum, em março.
O conflito que está a dilacerar o Sudão já custou dezenas de milhares de vidas, desalojou mais de 15 milhões de pessoas e provocou uma das maiores catástrofes humanitárias do século XXI.
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