Num comunicado emitido na terça-feira, os chefes da diplomacia do Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos, juntamente com a Alta Representante da União Europeia, Kaja Kallas, denunciaram "inequivocamente o conflito em curso, as atrocidades e as graves violações e abusos dos direitos humanos".
Em especial, condenaram os ataques do grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido em Al-Fashir e arredores, nos campos de deslocados internos de Zamzam e Abu Shouk, que causaram numerosas vítimas, incluindo trabalhadores humanitários.
A ONU estimou que pelo menos uma centena de pessoas morreram, incluindo vinte crianças e nove trabalhadores humanitários no ataque na a capital da província de Darfur do norte.
O G7 urge às partes envolvidas no conflito para que levantem os obstáculos à assistência humanitária internacional através de todas as passagens fronteiriças para o Sudão, incluindo através do Sudão do Sul e do Chade, e deem garantias de segurança e proteção aos intervenientes humanitários locais e internacionais.
O comunicado foi emitido em paralelo à conferência internacional sobre o Sudão que se realizou na terça-feira em Londres, coorganizada pelo Reino Unido, União Africana, União Europeia, França e Alemanha.
A guerra no Sudão entre as Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) e as Forças Armadas Sudanesas (SAF, na sigla em inglês) começou em 15 de abril de 2023.
Nos últimos dois anos matou dezenas de milhares de pessoas e obrigou mais de 12 milhões a fugir das suas casas e quase quatro milhões a procurarem refúgio nos países vizinhos.
De acordo com dados das Nações Unidas (ONU), citados em comunicado, 60% dos 50 milhões de habitantes do país - cerca de 30 milhões - precisam de assistência humanitária e as pessoas estão a enfrentar crises sanitárias simultâneas e um acesso limitado aos cuidados de saúde pública.
Leia Também: Sudão tem 15% de todas as pessoas deslocadas internamente no mundo