Cerca de 60 mil pessoas ainda estão a viver em tendas e abrigos improvisados, segundo as Nações Unidas, três semanas após o terramoto de magnitude 7,7 na escala de Richter que matou mais de 3.600 pessoas e causou grandes danos nas infraestruturas, nomeadamente residenciais e religiosas.
As fortes chuvas que na noite de terça-feira atingiram as ruas e os acampamentos dentro e à volta de Mandalay, a segunda maior cidade do país, complicaram ainda mais as operações de resgate e limpeza dos locais afetados pelo terramoto, segundo a Federação internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICV).
No último fim de semana, os jornalistas da agência de notícias France-Presse (AFP) viram centenas de pessoas abrigadas sob coberturas de plástico ou divisórias de cartão improvisadas que mal as protegiam das intempéries.
"As chuvas estão realmente a piorar as condições", disse à AFP a representante local da FICV, Nadia Khoury.
A responsável da FICV disse estar preocupada com os desafios impostos pelas chuvas no país, que vai celebrar brevemente o festival Thingyan (festival da água), que assinala o Ano Novo birmanês.
Khoury apelou para que "as pessoas consigam algum tipo de abrigo permanente com bom saneamento e água potável o mais rapidamente possível".
"Pelo menos 2,5 milhões de toneladas de entulho, (representando) cerca de 125 mil camiões, precisam de ser removidos" das zonas afetadas pelo sismo, alertou na segunda-feira o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
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