O chefe de Governo da Eslováquia defendeu a sua presença nas celebrações anuais do chamado "Dia da Vitória" organizadas pelo Presidente russo, Vladimir Putin, em conflito com a alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Kaja Kallas, que pediu aos 27 Estados-membros do bloco europeu e aos países candidatos para não participarem.
"Temos uma decisão do Conselho sobre isso. Em 2022, concordaram em rejeitar tais convites", explicou a porta-voz dos Negócios Estrangeiros do bloco europeu, Anitta Hipper, numa conferência de imprensa hoje realizada, referindo que a Rússia está a usar estas celebrações para "justificar a sua guerra de agressão contra a Ucrânia".
A líder da diplomacia europeia, Kaja Kallas, avisou na segunda-feira que a UE "não vai encarar a participação nestes eventos de ânimo leve".
A também vice-presidente da Comissão Europeia estendeu o apelo aos países candidatos à UE e recordou que "a Rússia está a travar uma guerra em grande escala" na Europa.
"Este é o contexto e, da nossa parte, é importante não o legitimar participando em eventos como este desfile", explicou hoje Anitta Hipper.
O populista Robert Fico criticou fortemente Kaja Kallas numa publicação nas redes sociais, alegando que as palavras da alta representante eram "desrespeitosas", tendo mesmo questionado se se tratava de "chantagem ou de um anúncio" de que seria "punido quando regressasse de Moscovo".
Por outro lado, defendeu que, como "primeiro-ministro legítimo da Eslováquia", ninguém lhe pode dizer para onde deve viajar.
"Irei a Moscovo prestar a minha homenagem aos milhares de soldados do Exército Vermelho que morreram a libertar a Eslováquia", garantiu.
Bruxelas escusou-se a adiantar se adotará retaliações caso Fico compareça no desfile que Putin está a organizar para 09 de maio.
O Presidente sérvio, Aleksandar Vucic, também confirmou a sua presença no evento, apesar de ser candidato à adesão do bloco europeu.
"Não é função da Comissão punir os chefes de Estado e de Governo", resumiu a porta-voz principal da Comissão Europeia, Arianna Podesta, usando o mesmo termo que Fico usou para criticar o executivo da UE.
As declarações de Kallas foram descritas por Moscovo como agressivas, lembrando que são esperados mais de 20 líderes internacionais, entre os quais já estão confirmados o Presidente chinês, Xi Jinping, o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e o Presidente brasileiro, Lula da Silva. A possível presença do chefe de Estado norte-americano, Donald Trump, na capital russa também foi avançada pelos 'media' internacionais.
Por seu lado, as autoridades ucranianas incentivaram os líderes da UE e das instituições europeias a viajarem para a Ucrânia nesse dia, manifestando desta forma a sua contestação ao desfile militar russo.
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