Em quase oito anos de pontificado, Bento XVI esteve uma vez em Portugal, em 2010, por ocasião da beatificação dos pastorinhos Francisco e Jacinta Marto.
Já Francisco, que hoje morreu, visitou o país em dois momentos, primeiro em 2017, no centenário das aparições marianas de Fátima, e depois em 2023, para celebrar a Jornada Mundial da Juventude em Lisboa.
Foi em 13 de maio de 1992 que Jorge Bergoglio soube da sua ordenação episcopal, na Argentina, então como bispo auxiliar de Buenos Aires.
No livro "O Jesuíta", de 2010, escrito por dois jornalistas argentinos, o então cardeal explicou que soube da nomeação nessa data, uma decisão de Bento XVI que só seria tornada pública a 20 de maio.
Foi já na qualidade de arcebispo de Buenos Aires que Bergoglio acolheu em 1998 a imagem peregrina de Fátima, uma memória que evocou logo no início do seu pontificado, em 17 de março de 2013.
No dia da sua eleição, o agora Papa Francisco pediu ao então cardeal-patriarca de Lisboa, José Policarpo, que "consagrasse o seu novo ministério a Nossa Senhora de Fátima", algo que sucedeu na peregrinação de 13 de maio.
E ainda nesse primeiro ano, a pedido do Papa, a Imagem de Nossa Senhora de Fátima foi a Roma, para a Jornada Mariana promovida pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização.
Em 2017, nos cem anos das aparições, quando canonizou os beatos Francisco e Jacinta Marto, o Papa fez a primeira visita ao país, apresentando-se como "peregrino da luz, da esperança e da paz".
A invasão russa da Ucrânia motivou novos sinais da relação de Francisco com o Santuário de Fátima e a sua mensagem de paz e de apelo à conversão da Rússia, datada de 1917.
Menos de um mês depois da invasão, em 25 de março, por vontade expressa de Francisco, a Rússia e a Ucrânia foram consagradas ao Imaculado Coração de Maria, numa celebração feita em sintonia no Vaticano, pelo Papa, e na Cova da Iria, pelo legado pontifício, cardeal Konrad Krajewski.
O ano de 2023 foi o da Jornada Mundial da Juventude em Lisboa, que decorreu de 01 a 06 de agosto e trouxe de novo Francisco a Portugal e a Fátima, numa festa que colocou o país no centro da atenção dos católicos de todo o mundo.
A relação com Portugal é também evidente com a nomeação de dois cardeais, que exerciam funções em Portugal, António Marto (bispo de Leiria-Fátima no centenário das aparições) e Américo Aguiar (bispo auxiliar de Lisboa responsável pela Jornada Mundial da Juventude e agora titular da diocese de Setúbal).
Além destes dois cardeais, Francisco nomeou também Manuel Clemente, então patriarca de Lisboa, e José Tolentino de Mendonça, prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação (cargos que conferem, tradicionalmente, o barrete cardinalício).
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