Dezenas de universidades dos EUA acusam Trump de ingerência

Dezenas de universidades norte-americanas, incluindo Yale, Princeton e Harvard, acusaram hoje a administração Trump de tentativa de "ingerência política" ao congelar e ameaçar retirar subvenções governamentais caso não sejam feitas reformas relacionadas com a guerra em Gaza.

Notícia

© Shutterstock

Lusa
22/04/2025 11:34 ‧ há 3 horas por Lusa

Mundo

EUA

"Falamos a uma só voz contra a interferência governamental e política sem precedentes que ameaça o ensino superior norte-americano", declararam os cerca de 100 signatários desta declaração conjunta, que reúne reitores de universidades e responsáveis de associações.

 

A administração Trump está há várias semanas envolvida num impasse financeiro com várias universidades norte-americanas, acusadas de permitir que o antissemitismo floresça em protestos estudantis contra a guerra de Israel em Gaza, onde combate o movimento islamita Hamas.

Um dos casos mais graves é o da Universidade de Harvard, à qual a Casa Branca enviou uma carta no início do mês exigindo amplas reformas governamentais e de liderança na universidade, bem como mudanças nas suas políticas de admissão, de diversidade no campus e fim do reconhecimento de alguns clubes de estudantes.

A exigência foi recusada pelo presidente de Harvard, Alan Garber, e, horas mais tarde, o governo congelou milhares de milhões de dólares de financiamentos federais.

A universidade interpôs um processo judicial para impedir o congelamento pelo governo de Donald Trump de subsídios estatais no valor de quase dois mil milhões de euros, defendendo que "o Governo não identificou - e não pode identificar - qualquer ligação racional entre as preocupações com o antissemitismo e a investigação médica, científica, tecnológica e outras que congelou e que tem como objetivo salvar vidas americanas, promover o sucesso americano, preservar a segurança americana e manter a posição dos Estados Unidos como líder global em inovação".

"Este caso concerne aos esforços do governo para utilizar o congelamento das subvenções federais como meio de obter controlo sobre as decisões académicas em Harvard", justificou a universidade no processo judicial entregue em tribunal, citado pela agência AP.

Donald Trump ameaçou ir ainda mais longe ao retirar a isenção fiscal concedida a Harvard, que acusou de espalhar "ódio e estupidez".

Os republicanos no Congresso norte-americano anunciaram, na semana passada, ter iniciado uma investigação sobre Harvard, acusando a universidade de violar as leis de igualdade.

Na carta que anunciava a abertura de uma investigação parlamentar, o reitor da universidade foi acusado de "falta de conformidade com as leis dos direitos civis" e, em particular, de discriminação com base na raça.

A rejeição da universidade a Donald Trump foi saudada por muitos professores e estudantes como um raro sinal de resistência, enquanto a Universidade de Columbia, em Nova Iorque, aceitou empreender reformas sob pressão do republicano.

A reação de Harvard também foi saudada por centenas de professores e por várias figuras do Partido Democrata, incluindo o antigo presidente Barack Obama, que saudou a medida como um exemplo que deve ser seguido por outras instituições.

Leia Também: Republicanos iniciam investigação a Harvard no Congresso dos EUA

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas