Rússia ordena retirada de livros de historiadores britânicos

A Rússia mandou retirar das bibliotecas escolares e universitárias os livros dos reconhecidos historiadores britânicos John Keegan e Antony Beevor, alegando que as obras destes autores promovem os estereótipos da época nazi, divulgou hoje uma porta-voz oficial.

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Lusa
05/08/2015 14:25 ‧ 05/08/2015 por Lusa

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Num decreto assinado pelo Ministério da Educação regional de Sverdlovsk, as autoridades russas pedem às bibliotecas para "verificarem a disponibilidade dos livros" dos historiadores britânicos e "para tomarem medidas para remover [as obras] do acesso de estudantes e professores".

Os dois autores, John Keegan (falecido em 2012) e Antony Beevor, são historiadores de renome internacional, cuja obra é focada na História militar, em particular na época da Segunda Guerra Mundial (1939/1945).

As obras dos dois autores, nomeadamente o sucesso literário de Antony Beevor "Berlim: A Queda, 1945", têm sido criticadas na Rússia por focarem as atrocidades cometidas durante os avanços do Exército Vermelho até à capital alemã.

As autoridades regionais de Sverdlovsk afirmaram que os livros destes historiadores, sem especificar qualquer obra, "propagam estereótipos formados durante a época do Terceiro Reich", segundo uma cópia digitalizada do decreto publicada por um 'site' de notícias local.

Em declarações à agência francesa AFP, a porta-voz do governador regional, Yulia Voronina, confirmou a existência do decreto, acrescentando que estão a ser realizadas inspeções às bibliotecas.

Num comunicado enviado à AFP, as autoridades administrativas daquela região russa afirmaram que "muitos historiadores acreditam que livros de autores como John Keegan e Antony Beevor têm uma interpretação errada sobre os acontecimentos da Segunda Guerra Mundial, contradizem documentos históricos e são inspirados em estereótipos da propaganda nazi".

Moscovo tem intensificado este ano a campanha contra as influências ocidentais.

Segundo o decreto do ministério, os livros de John Keegan e Antony Beevor foram publicados na Rússia pela Fundação Open Society, do bilionário e filantropo norte-americano George Soros.

Em julho último, a câmara alta do Parlamento russo (Conselho da Federação Russa) elaborou uma lista de organizações "indesejáveis" recomendadas para proibição. A Fundação Open Society de George Soros integra a lista.

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