Segundo a mesma fonte, um pai desempregado de 41 anos, que vive na vila de Sitovo, no nordeste do país, ateou o corpo em chamas, ficando com queimaduras em mais de 90% do seu corpo.
No entanto, o homem estava consciente quando em que foi socorrido, justificando aos médicos o ato com o desespero pela falta de trabalho.
“Estou farto, não há pão. Não aguento mais isto”, repetiu várias vezes o desempregado, segundo adiantou o chefe do hospital citado pela rádio.
O outro caso aconteceu na segunda-feira, na cidade de Bobov dol, a leste da Bulgária, quando um mineiro de 59 anos se imolou, ficando com queimaduras em 30% do corpo.
O homem, que tinha sido recentemente despedido, chamou a sua mulher pouco antes do incidente para lhe dizer que se sentia inútil.
Depois disto, pegou fogo a si próprio na presença do filho, que conseguiu apagar o fogo com o seu casaco.
O Ministério búlgaro do Interior referiu-se a estes casos como incidentes, sem confirmar a sua gravidade.
No mês de Fevereiro, outras cinco pessoas imolaram-se em sinal de protesto contra elevadas contas de electricidade, baixos salários e a corrupção, tendo quatro deles (três homens e uma mulher) morrido.
Segundo os psicólogos, as situações de pobreza e desespero estão na base destes actos, registando-se apenas um caso de contestação política, que se tornou um símbolo de manifestações.
A Igreja Ortodoxa búlgara condenou estas imolações, insistindo que as pessoas devem procurar outras soluções para os problemas.
Os protestos de rua na Bulgária levaram à queda do Governo local em Fevereiro, sendo que os analistas políticos prevêem que a situação pode dar início a uma nova revolta antes das eleições legislativas do próximo dia 12 de Maio.