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"Próximo primeiro-ministro espanhol deve combater sabotagem da Europa"

O ex-ministro das Finanças da Grécia Yanis Varoufakis considerou hoje que o próximo presidente do Governo espanhol terá que pedir em Bruxelas uma alteração das regras sobre a austeridade, mas preparado para "responder a ameaças e sabotagens".

"Próximo primeiro-ministro espanhol deve combater sabotagem da Europa"
Notícias ao Minuto

11:57 - 02/06/16 por Lusa

Mundo Varoufakis

"Seja quem for o próximo presidente do Governo [espanhol], deve ter um plano para responder às ameaças e à sabotagem das instituições europeias, que sabem que o que estão a fazer é errado, mas investiram tanto capital político [nas soluções de austeridade] que agora não podem escapar", considerou Varoufakis numa entrevista à televisão pública da Catalunha, a TV3.

O antigo governante grego salientou ainda que o próximo chefe do executivo espanhol "terá de ir à Europa para redefinir as regras e não para para fazer as manobras de Mariano Rajoy [PP, direita no poder desde 2011] para fugir às regras".

O ex-ministro grego [de um governo do Syriza liderado por Alexis Tsipras] avançou ainda o que pensa ser "a mensagem mais importante para o próximo governo espanhol": "Tens uma oportunidade de salvar a Europa dizendo a verdade. Há que parar com estes jogos, que Rajoy adora fazer, que consistem em procurar constantemente uma oportunidade de fugir às regras".

Varoufakis insistiu que o próximo primeiro-ministro espanhol tem de ir ao Conselho Europeu e dizer "Não queremos ser autorizados a violar as regras, queremos redefinir as regras pelo bem da Europa".

Espanha, e Portugal, arriscam um procedimento da UE por défice excessivo, que pode resultar em multas a ambos os países. As instituições europeias adiaram uma decisão sobre a instauração desse procedimento para julho, ou seja para depois da repetição das eleições legislativas espanholas, a 26 de junho.

Sobre o seu país e o governo de Alexis Tsipras - de quem agora é um crítico - Varoukafis considerou que o primeiro-ministro grego apenas ganhou um novo mandato nas eleições de setembro porque o povo grego escolheu "entre ser torturado por um torturador entusiasta ou ser torturado por uma pessoa que não te quer torturar, mas que se tortura vai fazê-lo da forma mais leve".

"Os que votaram nele [Alexis Tsipras] fizeram-no a contragosto", concluiu.

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