"A fim de restabelecer o controlo total do Ministério do Tesouro sobre empresas estratégicas do Estado, decidi demitir das suas funções de ministro Mikolaj Budzanowski. Ele será substituído por Wlodzimierz Karpinski, actual vice-ministro da Administração" declarou Tusk à imprensa.
O anúncio, feito no início de Abril pelo presidente russo, Vladimir Putin, de um projecto para reforçar o gasoduto Yamal-Europa através da Bielorrússia e da Polónia, surpreendeu Varsóvia.
Tusk disse que não foi informado de um memorando de entendimento assinado em São Petersburgo, no passado dia 05, pela Gazprom e a Europol Gaz, o operador do Yamal-Europa, propriedade da Gazprom, com a PGNiG polaca.
O primeiro-ministro frisou hoje que a assinatura deste documento, que não é vinculativo, "não trouxe qualquer prejuízo para os interesses do Estado polaco."
De acordo com a Gazprom, a construção de um novo ramal rumo à Eslováquia e Hungria poderia começar em 2018-2019, com uma capacidade projectada de cerca de 15 mil milhões de metros cúbicos por ano.
As autoridades polacas temem que o novo gasoduto seja apenas utilizado como meio de pressão sobre a Ucrânia, o principal país de trânsito actual para o gás russo, na disputa de gás entre Moscovo e Kiev.
A Rússia pôs em funcionamento, em 2011, o gasoduto Nord Stream para a Alemanha sob o Mar Báltico, e, em Dezembro, começou a construção do South Stream, que deve alimentar, a partir do final de 2015, o sul da Europa através do Mar Negro.
Com mais de 2.000 quilómetros de comprimento, o Yamal-Europa fornece através da Bielorrússia o mercado europeu, para o qual a Gazprom fornece um quarto do consumo. Em 2006, atingiu a capacidade atual de 32,9 mil milhões de metros cúbicos por ano.
A Polónia consome anualmente cerca de 14 mil milhões de metros cúbicos de gás, dos quais 60% são importados da Rússia.
Decidida a diversificar as suas fontes de abastecimento, Varsóvia lançou a construção de um terminal marítimo para gás liquefeito (GNL), de um sistema de gasodutos internos, de interconexões com os sistemas de gás dos países vizinhos e de reservatórios de gás.