A distinção do chefe de Estado da Colômbia, Juan Manuel Santos, ocorre "num momento crucial (...), traz a esperança e o encorajamento necessários à população colombiana", declarou Ban Ki-moon em comunicado.
Apesar de os colombianos terem rejeitado em referendo o histórico acordo de paz concluído entre as autoridades e a guerrilha das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) após meio século de conflito, o processo "já foi demasiado longe para agora recuar", acrescentou.
Ban Ki-moon descreveu o Nobel como "uma mensagem oportuna a todos os que tão arduamente trabalharam pela paz -- ao Governo da Colômbia, às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, Exército do Povo (FARC-EP)" e a outras forças políticas e sociais que expressaram o desejo de pôr termo ao conflito.
"O processo de paz devia inspirar o nosso mundo", afirmou.
O líder dos rebeldes das FARC, Timoleon Jimenez, não foi co-premiado com o Nobel.
Era amplamente esperado que o acordo colombiano, assinado a 26 de setembro após quase quatro anos de negociações, fosse ratificado na sequência do referendo de 02 de outubro, mas os votantes rejeitaram-no, deixando o país a oscilar entre a guerra e a paz.
O conflito matou mais de 260.000 pessoas e fez 45.000 desaparecidos ao longo de cinco décadas, envolvendo diversos grupos de guerrilha de esquerda, paramilitares de direita e gangues de tráfico de droga.