O executivo de Theresa May estará, até 2019, a negociar com a União Europeia. Em causa estão as negociações provocadas pelo referendo que ditou o Brexit.
Mas enquanto alguns mais à esquerda criticam May pelo processo, temendo que os acordos não garantam algumas das normas que funcionavam antes do Brexit, à direita as críticas surgem igualmente mas pela razão oposta: querem que a saída não inclua certos acordos.
Nigel Farage, antigo eurodeputado e líder do UKIP, que se afastou da liderança do partido após o Brexit, está neste segundo grupo.
Farage, num artigo que assina esta quarta-feira no Telegraph, diz mesmo que “a grande traição ao Brexit começou”.
“Quando ouvi que o ministro Lord Prior disse numa reunião com representantes das tecnologias e seguros na semana passada que não se deviam preocupar com as barreiras à entrada de futuros empregados da União Europeia, achei que tinha ido longe demais”, escreve.
No entanto, queixa-se Farage, em vez de melhorar, a situação “piorou”.
Em causa, especifica, está um novo grupo de trabalho criado a pensar na transição do Brexit, transição essa que, no que a regras diz respeito, poderá demorar mais tempo do que o esperado.
Para Farage, estamos perante algo que fará com que as fronteiras se mantenham “um mínimo de dois anos depois de [o Reino Unido] sair da União Europeia em 2019”.
“A Grã-Bretanha”, diz ainda, “vai ter de esperar até pelo menos 2021 – cinco anos depois do referendo do Brexit – para recuperar o controlo” das fronteiras.
Conclui Farage que “os milhões que votaram a favor do Brexit vão sentir-se traídos, e com razão: está visto que a grande traição ao Brexit começou”, pode ler-se..