Moscovo tem-se esforçado por tranquilizar os países da Aliança Atlântica sobre a realização das manobras que têm o nome de código Zapad-2017 (Oeste-2017) e que devem envolver 12.700 militares durante uma semana junto às fronteiras da Lituânia e da Polónia.
Um comunicado divulgado hoje, o Ministério da Defesa da Rússia sublinha que as manobras têm "caráter puramente defensivo e não são dirigidas contra nenhum país, em particular".
O Exército russo organiza manobras todos os anos, em zonas diferentes do país.
Este ano os exercícios vão decorrer na Bielorrússia, no enclave russo de Kaliningrad e em vários pontos do nordeste da Rússia.
Devido à anexação da Crimeia em 2014 e da guerra que decorre no leste da Ucrânia, os países bálticos e a Polónia acusam a Rússia de estar a ameaçar a soberania dos países localizados junto à fronteira russa.
"O exercício Zapad-2017 foi preparado para nos provocar e para testar os nossos sistemas de defesa e é por isso que nós temos de ser fortes", disse no domingo o ministro britânico da Defesa, Michael Fallon acrescentando que a Rússia está a "tornar-se cada vez mais agressiva".
A Rússia tem reivindicado o direito de organização de manobras militares ao mesmo tempo que denuncia "a expansão da NATO" junto das fronteiras do país.
Neste momento a Aliança Atlântica dispõe de cerca de quatro mil soldados que foram enviados para os países bálticos e para a Polónia.
O exercício Zapad-2017 vai decorrer em simultâneo com as manobras militares na Ucrânia em que participam efetivos do Exército dos Estados Unidos e de exercícios na Suécia que envolvem cerca de 19 mil militares e que vão simular um ataque levado a cabo "de um adversário poderoso e que dispõe de meios sofisticados".
O cenário das manobras russas ensaia todos os anos a capacidade militar em diferentes zonas do país na luta contra "grupos extremistas" que se infiltram na Bielorrússia e ao enclave russo de Kaliningrad, a partir de três países imaginários, mas que os analistas militares ocidentais identificam como a Lituânia, Letónia e Polónia.
Além das tensões provocadas pelo exercício Zapad-2017, o Exército russo e a Aliança Atlântica têm-se acusado mutuamente de "manobras perigosas" que envolvem navios da Marinha de Guerra e aviões de combate, no Mediterrâneo e no Mar Báltico.
No final de 2014, o presidente russo, Vladimir Putin, instaurou uma nova doutrina militar que considera as forças da NATO como uma ameaça contra a Rússia.