Um ano após tragédia, Chapecoense ainda tenta regressar à normalidade

Um ano depois da queda do avião que vitimou equipa técnica, plantel e direção, a Chapecoense ainda tenta regressar à normalidade, enquanto decorrem investigações ao acidente e as famílias das 71 vitimas aguardam indemnizações.

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© Reuters

Lusa
28/11/2017 08:47 ‧ 28/11/2017 por Lusa

Mundo

Efeméride

A 28 de novembro de 2016, a equipa brasileira viajava para Medellín, onde iria defrontar os colombianos do Atlético Nacional na final da Taça Sul-Americana, quando o voo 2933 da companhia privada LaMia se despenhou já perto do aeroporto.

A falta de combustível foi a causa da queda do avião, do qual sobreviveram seis dos 77 ocupantes, três jogadores, dois tripulantes e um jornalista.

O acidente 'decapitou' o clube do sul do Brasil, no seu momento mais brilhante, e desencadeou uma 'onda' de solidariedade que levou a Chapecoense a disputar vários jogos particulares, um pouco por todo o mundo, depois de erguer a Taça Sul-Americana, a título honorário e a pedido do finalista Atlético Nacional.

Da equipa orientada por Caio Júnior, antigo avançado que jogou em Portugal, resiste apenas Alan Ruschel, um dos três sobreviventes do plantel, juntamente com o guarda-redes Jackon Follmann, que ficou sem a perna direita, e Neto, que ainda está em processo de recuperação.

Depois do primeiro jogo oficial, no qual a malograda equipa foi homenageada com a presença das famílias, um dos momentos mais marcantes da época ocorreu em agosto último, em Camp Nou, com o regresso aos relvados de Alan Ruschel, antes de voltar aos jogos oficiais.

O esforço do novo presidente do clube de Chapecó, Plínio Filho, em regressar rapidamente à normalidade é contestado pelas famílias das vítimas, que lamentam a falta de memória pelos mortos, mas acabou por ser recompensado com a manutenção no 'Brasileirão'.

A equipa totalmente renovada, sob o comando do técnico Vagner Mancini, conquistou o regional de Santa Catarina, mas foi eliminada da Taça dos Libertadores, na estreia na principal prova sul-americana de clubes, por utilização irregular do central Luiz Otávio.

O clube liderou o campeonato brasileiro nas primeiras jornadas, mas acabou por 'cair' na tabela e provocar a saída do treinador, que foi substituído por Vinicius Eutrópio, em julho.

O ex-treinador do Estoril-Praia esteve pouco tempo no cargo, sendo substituído interinamente por Cris Emerson, até à entrada em funções de Gilson Kleina, que assegurou a permanência no 'Brasileirão'.

Só com a manutenção assegurada, já este mês, os adeptos do clube voltaram a ter motivos para festejar no estádio Arena Condá, na cidade Chapecó, no estado de Santa Catarina e entoar cânticos como "Vamos, vamos, vamos, Chape".

Fora do recinto de jogo, prosseguem as investigações, tendo sido recentemente divulgada a informação de que o avião não pertenceria à LaMia, mas ao ex-senador venezuelano Ricardo Albacete.

As famílias das vítimas lamentam o atraso nas indemnizações, admitindo a dificuldade em encontrar responsáveis, uma vez que a companhia aérea não detinha um seguro válido.

Em outubro, a Chapecoense anunciou a entrega de 11.010 reais (cerca de 2.870 euros) a cada uma das 68 famílias das vítimas do acidente, montante angariado com os jogos particulares, ficando a outra metade das receitas aplicada na "ajuda da recuperação do clube".

Ainda fora dos relvados, em agosto, o novo plantel, Jackson Follmann e Alan Ruschel foram abençoados em Roma pelo Papa Francisco, que poucos dias após o acidente recebeu uma camisola com o número 71, numa alusão ao total de vítimas (19 futebolistas, 25 elementos do 'staff', 20 jornalistas e sete tripulantes).

 

 

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