"Foi estabelecido que cerca de 4.500 russos partiram para o estrangeiro para participar nos combates ao lado dos terroristas", afirmou o diretor da agência de serviços secretos russa conhecida pelas iniciais FSB (que sucedeu ao KGB), Alexandre Bortnikov, numa entrevista publicada na página da Internet do diário estatal Rossiïskaïa Gazeta.
Até à data, os serviços de segurança da Rússia tinham informações sobre 2.900 'jihadistas' russos, a maioria oriundos das repúblicas muçulmanas do Cáucaso, que lutavam nas fileiras do Estado Islâmico (EI) no Iraque e na Síria.
Segundo Bortnikov, mais de 9.500 pessoas foram julgadas na Rússia nos últimos cinco anos "por crimes relacionados ao terrorismo ou ao extremismo".
Após o Presidente russo, Vladimir Putin, ter anunciado a retirada de parte das forças de Moscovo da Síria, a FSB afirmou que receava o regresso destes cidadãos à Rússia, país que recebe em 2018 o Campeonato do Mundo de Futebol.
Desde que iniciou a sua intervenção militar na Síria, a 30 de setembro de 2015, a Rússia já foi ameaçada por diversas vezes pelo EI e pelo ramo sírio da rede terrorista Al-Qaeda.
O país tem sofrido vários ataques reivindicados por estes grupos nos últimos meses, como foi o caso do ataque no metro da cidade russa de São Petersburgo que fez, a 03 de abril, 16 mortos e dezenas de feridos.
"A situação atual exige encontrar novos métodos mais eficazes para responder aos desafios e às ameaças mundiais", disse hoje o chefe de Estado russo, destacando a importância da cooperação entre os vários serviços de segurança internacionais.
No domingo passado, Putin agradeceu ao seu homólogo norte-americano, Donald Trump, pelas informações transmitidas pela CIA (serviços secretos norte-americanos) que permitiram travar um ataque terrorista que tinha como alvo São Petersburgo.
Nos últimos dias, várias operações conduzidas pelas forças especiais russas levaram à detenção, e em alguns dos casos à morte, de presumíveis membros do EI.