Kim Yo-jong, dirigente do partido único, integra uma delegação de alto nível esperada na sexta-feira na Coreia do Sul e conduzida pelo chefe de Estado honorário da Coreia do Norte, anunciou hoje o Ministério da Unificação sul-coreano.
A península está dividida pela zona desmilitarizada desde 1953, data da assinatura de um armistício, que determinou um cessar-fogo. Não tendo sido assinado um acordo de paz, os dois países continuam tecnicamente em guerra.
As ambições nucleares de Pyongyang valeram-lhe várias séries de sanções da ONU e a tensão subiu no último ano com o Norte a ameaçar com disparos de mísseis balísticos intercontinentais capazes de atingir o território continental dos Estados Unidos e um sexto ensaio nuclear.
"É altamente significativo que um membro da família Kim se desloque ao Sul pela primeira vez na História", declarou à agência France-Presse Yang Moo-jin, professor na Universidade de Estudos Norte-coreanos, em Seul.
Yang adiantou que, muito provavelmente, Kim Yo-jong deve encontrar-se com o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, e entregar-lhe uma carta pessoal do seu irmão, expressando a esperança de que os jogos de Pyeongchang sejam um sucesso e as relações bilaterais melhorem.
Em Pyeongchang estará igualmente o vice-presidente norte-americano, Mike Pence, que não rejeitou a possibilidade de se encontrar com dirigentes norte-coreanos.
Segundo Koh Yu-hwan, professor na universidade de Dongguk, na Coreia do Sul, a presença de Pence será o que explica a decisão de Kim de enviar ao Sul a sua irmã, promovida em outubro para o "Politburo" do Partido dos Trabalhadores da Coreia.