O comunicado explica que a conversa de cerca de 10 minutos entre Mariano Rajoy e David Cameron decorreu por iniciativa do chefe do Governo britânico, numa altura de renovada tensão em torno a Gibraltar.
Através da sua conta no twitter, David Cameron explicou ter mantido uma conversa "construtiva" com Rajoy.
"Deixei claro a minha preocupação sobre Gibraltar e que a nossa posição sobre a soberania (britânica) não mudará", escreveu Cameron.
Durante o telefonema, refere o comunicado espanhol, Rajoy argumentou que "o ato unilateral da instalação dos blocos de cimento na baía de Algeciras é inaceitável", numa referência a uma polémica medida tomada recentemente pelas autoridades em Gibraltar.
Destacando que Espanha e o Reino Unido são "parceiros, amigos e aliados", Rajoy defendeu nessa conversa, segundo o mesmo texto, que conflitos que surjam devem "solucionar-se com honestidade e transparência".
O presidente do Governo, continua o comunicado, reiterou a Cameron a vontade de procurar quanto antes uma solução para a atual situação em torno a Gibraltar que causou em Espanha "um profundo mal-estar e grande preocupação por prejudicar o ambiente e a atividade pesqueira".
Ficou acordado durante a conversa que os chefes da diplomacia dos dois países vão dialogar "imediatamente" para analisar o assunto.
Rajoy aproveitou a conversa-a para explicar as medidas de controlo nas fronteira com Gibraltar que considerou respeitarem as regras de Schengen e pretenderem evitar tráfico ilícito na zona.
A Comissão Europeia reconheceu na segunda-feira o direito de Espanha a controlar a fronteira com Gibraltar, território que não pertence ao Espaço Schengen, mas recomendou que o procedimento deve ser “proporcionado”.
Gibraltar regressou ao primeiro plano das relações entre Espanha e o Reino Unido depois do Governo espanhol ter denunciado que 70 blocos de cimento foram lançados ao mar na zona de aterros, o que provocou o protesto dos pescadores espanhóis que veem dessa forma impedimentos para a faina em águas territoriais espanholas.
Espanha respondeu com mais demora nas verificações dos veículos na fronteira e, no domingo, a diplomacia espanhola revelou que está a estudar a criação de uma taxa de 50 euros para entrar e sair do território.