O prazo dado pelo juiz federal Sérgio Moro para que o ex-presidente se entregasse chegou ao fim. Lula tinha até às 21h00 (em Portugal Continental, 17h00 no Brasil) para se entregar. Ao invés disso, o líder do Partido dos Trabalhadores está no Sindicato dos Metalúrgicos, rodeado de milhares de apoiantes que estão a fazer um cordão humano.
A edição brasileira do El País diz que a defesa do ex-presidente está a negociar a entrega com a Polícia Federal. A Folha de São Paulo, por seu turno, diz que Lula terá informado as autoridades de que não irá resistir à detenção. As negociações prosseguem.
Momentos antes de terminar o prazo, o Supremo Tribunal Federal (STF), que na quarta-feira votou contra o habeas corpus (seis contra cinco) votou, novamente, contra a possibilidade de Lula da Silva ficar em liberdade enquanto aguarda que se esgotem todos os recursos de que dispõe na justiça.
Numa nota publicada pela assessoria de Sérgio Moro, lê-se que Lula da Silva não é considerado foragido. Juristas ouvidas pela TV Globo afirmaram que o facto de Lula não se ter entregado não constitui um desrespeito à justiça, uma vez que a sua entrega, determinada por Sérgio Moro, era uma oferta que poderia ou não ser aceite pelo ex-presidente. O mandado de prisão será cumprido quando tal for decidido pela Polícia Federal e pelo juiz Sérgio Moro.
A Federação Nacional dos Policiais Federais admite que Lula da Silva poderá não ser preso esta sexta-feira.
Nas ruas brasileiras, em diversas cidades, aglomeram-se manifestantes que têm bloqueado ruas em apoio ao líder histórico do PT, que liderou o país durante oito anos.
Para esta sexta-feira, estava previsto um discurso do ex-presidente. No entanto, avança a imprensa brasileira, tal poderá não acontecer, uma vez que Lula continua reunido com os advogados.