Protesto contra etnocídio de indígenas no Brasil passa hoje por Portugal
Uma manifestação internacional "contra o etnocídio de indígenas e "as ameaças" do novo Governo brasileiro, bem como pela preservação da Floresta Amazónica, passa hoje por Lisboa, Porto e Coimbra, informou a organização numa nota enviada à Lusa.
© Reuters
País Lisboa e Porto
Hoje, também, o movimento indígena brasileiro promove várias ações de protesto e manifestações em simultâneo por todo o Brasil, numa iniciativa coordenada pela APIB -- Articulação dos Povos Indígenas do Brasil", pode ler-se no mesmo comunicado.
O mote é impactante, segundo a organização: "'Sangue Indígena, Nenhuma gota a mais', e pretende chamar a atenção para o etnocídio em curso no Brasil (...) que se tem estado a traduzir num crescente número de ataques e conflitos violentos em territórios indígenas, deixando um rasto de mortes".
"Muitos dos mortos são líderes indígenas e ativistas ambientais", denuncia-se na nota.
A mobilização nacional e internacional surge como "movimento de repúdio contra a Medida Provisória 870, assinada pelo atual presidente Jair Bolsonaro, que leva ao esvaziamento da FUNAI (Fundação Nacional do Índio), à sua saída do Ministério da Justiça, bem como à transferência das suas atribuições, da demarcação e do licenciamento ambiental em terras indígenas para o Ministério da Agricultura e Pecuária", acrescenta-se.
"Vamos criar um espaço seguro para que possa haver um debate saudável sobre este assunto. Queremos que haja uma tomada de consciência por parte da sociedade portuguesa, para que não compactue com o etnocídio e ecocídio em curso no Brasil", afirma Marina Nobre, da Reflorestar Portugal, citada no documento enviado à Lusa.
Já Rita Natálio, do movimento 'Contra o ódio, pela democracia no Brasil', a "luta dos povos indígenas do Brasil diz respeito a Portugal e todos os países que desejam combater as alterações climáticas e o direito a existir dos povos originários", pelo que "esta ação faz parte da constituição de uma rede de solidariedade ampla contra os retrocessos no Brasil.
"O ato que estamos a organizar vem em resposta ao apelo da APIB, e sentimos a importância de mostrar a nossa solidariedade para com os povos indígenas brasileiros. Conhecemos diretamente pessoas destas comunidades e temos noção do que lutam no dia-a-dia para sobreviver, e por que apelam à união para uma luta comum", refere Sara Baga, membro da rede europeia de apoio aos povos indígenas Guarani e Kaiowa, também ela citada na nota.
A praça Luís de Camões, em Lisboa, será hoje palco, a partir das 14:00, palco de uma vigília. No Porto, à mesma hora, terá lugar uma concentração e vigília na Praça da Liberdade e em Coimbra, às 20:00, uma conversa aberta e um espetáculo.
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