"O futuro do jornalismo pode ser antecipado por uma utopia negativa ou por uma utopia positiva. A primeira radicalizou-se pelos atuais fatores de crise no jornalismo. A utopia positiva é uma resposta firme dos jornalistas e da sociedade como um todo", frisou José Manuel Pureza, que é também deputado do Bloco de Esquerda.
Na sessão de encerramento do colóquio "Sete vidas -- o futuro do jornalismo", o vice-presidente do parlamento considerou que crise no jornalismo acontece muito antes da crise de 2008, vincando que é um problema no modelo de negócio e da precariedade nas redações.
De acordo com José Manuel Pureza, "a liberdade de imprensa e o direito à informação são direitos constitucionais", recordando que cabe ao Estado e às suas instituições, incluindo a Assembleia da República, salvaguardá-los.
O deputado do Bloco de Esquerda observou sublinhou ainda que o populismo cresce nas sombras do jornalismo, dando azo às 'Fake News'.
"Num tempo em que os populismos se organizam na sombra, a clareza de um jornalismo sério e rigoroso é fundamental. Convencionou-se chamar 'Fake News' às campanhas falsas que muitas vezes são produzidas nas redes sociais, que muitas vezes têm eco na própria imprensa", alertou.
O colóquio "Sete vidas - o futuro do jornalismo" decorreu este fim de semana no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, onde foram discutidos vários temas relacionados com o futuro do jornalismo português, ao longo de sete debates.