Ana Inácio explicou à Lusa que os pais, que tinham previsto sair do país às 24:00 locais, vão para o aeroporto "várias horas antes", para poder evitar o recolher obrigatório decretado na sequência dos ataques que hoje provocaram, pelo menos, 187 mortos, entre os quais um português.
"Só têm voo à meia-noite de hoje, mas vão ver se conseguem partir para lá já e não ficarem em terra. O nosso hotel em Negombo informou-nos que o recolher obrigatório é a partir das 18:00 e até as seis da manhã de amanhã [segunda-feira] e ninguém está autorizado a circular no Sri Lanka", disse a filha do casal que está a terminar um curto período de férias no país.
"Isto é desolador", contou a portuguesa que está com a família num hotel a cerca de um quilometro a norte da igreja de São Sebastião, em Negombo, uma das igrejas onde ocorreu uma explosão.
Pelo menos 187 pessoas morreram, entre as quais nove estrangeiras, sendo uma delas portuguesa, e mais de 469 ficaram feridas depois de registadas oito explosões em quatro hotéis, um complexo residencial e três igrejas no Sri Lanka.
A capital, Colombo, foi alvo de, pelo menos, quatro explosões, em três hotéis de luxo e uma igreja. Duas outras igrejas foram também alvo de explosões, uma em Negombo, a norte da capital e onde há uma forte presença católica, e outra ao leste do país.
As explosões ocorreram "quase em simultâneo", pelas 08:45 (03:15 em Portugal), de acordo com fontes policiais citadas por agências internacionais. Os atentados não foram ainda reivindicados.
"Estamos sem acesso a Facebook, Messenger e WhatsApp. Houve várias explosões hoje em vários locais", contou Ana Inácio.
"As lojas em Colombo e restaurantes também tiveram instruções para fechar para evitar gente a passear na rua, e os turistas foram também aconselhados a regressar aos seus hotéis", disse.
A família almoçou hoje num restaurante católico "e os donos estavam inconformados".
"Uma das filhas, professora, começou a chorar à nossa frente e o pai, penso que era o pai, disse que foi tão difícil alcançarem a paz há 10 anos depois de tanta violência", contou.