"É um sentimento de choque, sobretudo", afirmou Augusto Teixeira ao Notícias ao Minuto, por telefone, numa reação à morte do seu antigo colaborador Rui Lucas, uma das mais de 200 vítimas mortais dos ataques bombistas perpetrados este domingo contra hotéis e igrejas, no Sri Lanka.
O português, com cerca de 30 anos de idade, era um técnico da T&T Multielétrica, empresa que presta serviços nas áreas das energias renováveis, domótica e segurança, eletricidade e climatização, em Vouzela, no distrito de Viseu.
“Foi uma grande perda enquanto pessoa”, indicou o responsável.
Rui Lucas, sublinhe-se, tinha casado no passado dia 13 de abril e estava no Sri Lanka desde o início da semana passada, em lua de mel, estando hospedado com a mulher no Hotel Kingsbury, na capital srilanquesa. Augusto Teixeira recorda que o último dia de trabalho do jovem foi “segunda ou terça-feira” da semana anterior ao casamento, mas falaram uns dias depois.
“A última vez que falei com ele foi na sexta-feira, antes do casamento, por causa de trabalho, porque ia estar muitos dias fora”, recorda, falando num projeto em que este estava envolvido.
© Rui Lucas/Facebook
“Ainda não conseguiu contactar com ninguém da família dele”, lamentou, explicando que espera fazê-lo em breve.
O responsável já tinha indicado à agência Lusa que o jovem “gostava de desportos de natureza” mas que “não foi por isso que escolheu o Sri Lanka”. “Ia passar a lua de mel para um sítio calmo, com uma cultura completamente diferente. Gostava de viajar, viajava muito nas férias”, indicou.
Recorde-se que Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou já ter apresentado as condolências à viúva de Rui Lucas, estando a ser feitos esforços para que regresse a Portugal. O secretário de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro, afirmou, por seu turno, que os custos da viagem de regresso da viúva e de trasladação do corpo de Rui Lucas serão cobertos pelo Estado português.
O Sri Lanka foi esta madrugada de domingo palco de um ataque concertado que envolveu, no total, oito explosões, ocorridas com recurso a bombistas suicidas localizados em quatro hotéis, um complexo residencial e três igrejas no Sri Lanka. O último balanço é de 207 mortos e 450 feridos.