Agustina foi "um dos nomes mais geniais da literatura portuguesa"

O presidente da Assembleia da República afirmou hoje que recebeu com "grande consternação" a notícia da morte de Agustina Bessa-Luís, considerando que foi uma "prosadora excecional" e "um dos nomes mais geniais" da literatura portuguesa.

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Lusa
03/06/2019 16:25 ‧ 03/06/2019 por Lusa

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Óbito

com grande consternação que acabo de tomar conhecimento do falecimento de Agustina Bessa-Luís. Agustina Bessa-Luís, que nos deixa aos 96 anos, depois de uma longa ausência de mais de dez anos por motivos de saúde, foi um dos nomes mais geniais da literatura portuguesa", escreve Ferro Rodrigues, na sua mensagem de pesar, à qual a agência Lusa teve acesso.

Na mensagem, o presidente da Assembleia da República refere que a obra da escritora "compreende a ficção, o teatro, os ensaios e até a literatura infantil, 'sempre em torno de um universo romanesco de riqueza incomparável' - como bem identificou o júri que, em 2004, lhe atribuiu o Prémio Camões".

"Agustina foi uma prosadora excecional, dotada que era de uma inteligência rara, como rara era a sua escrita. O mundo pelos olhos e pela pena de Agustina era um mundo diferente. E um pouco desse mundo também nos deixa hoje", observa Ferro Rodrigues.

Neste contexto, o presidente da Assembleia da República deixa depois um apelo: "No momento em que somos confrontados com o seu desaparecimento, evoquemos a sua memória e o seu legado, que tanto honra e enobrece a cultura e a língua portuguesas".

"Em meu nome e em nome da Assembleia da República, endereço à sua família e amigos a manifestação do mais sentido pesar", acrescenta o antigo ministro e ex-líder do PS na sua mensagem.

O Governo, por indicação do primeiro-ministro, António Costa, decretou para terça-feira um dia de luto nacional pela morte da escritora Agustina Bessa-Luís, disse hoje à agência Lusa fonte oficial do executivo.

Agustina Bessa-Luís nasceu em 15 de outubro de 1922, em Vila Meã, Amarante, e encontrava-se afastada da vida pública, por razões de saúde, há cerca de duas décadas.

O nome de Agustina Bessa-Luís saltou para a ribalta literária em 1954, com a publicação do romance "A Sibila", que lhe valeu os prémios Delfim Guimarães e Eça de Queiroz, que constam de uma lista de galardões que inclui igualmente o Grande Prémio de Romance e Novela, da Associação Portuguesa de Escritores, em 1983, pela obra "Os Meninos de Ouro", e que voltou a receber em 2001, com "O Princípio da Incerteza I - Joia de Família".

A escritora foi distinguida pela totalidade da sua obra com o Prémio Adelaide Ristori, do Centro Cultural Italiano de Roma, em 1975, e com o Prémio Eduardo Lourenço, em 2015.

Sobre Agustina, o ensaísta Eduardo Lourenço, em declarações à Lusa, no final da cerimónia da entrega do Prémio Eduardo Lourenço à autora, há pouco mais de três anos, disse que é "incomparável", é a "grande senhora das letras portuguesas".

Agustina recebeu ainda os Prémios Camões e Vergílio Ferreira, ambos em 2004.

Foi condecorada como Grande Oficial da Ordem de Sant'Iago da Espada, de Portugal, em 1981, elevada a Grã-Cruz em 2006, e o grau de Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras, de França, em 1989, tendo recebido a Medalha de Honra da Cidade do Porto, em 1988.

O funeral da escritora sai na terça-feira da Sé Catedral do Porto para o cemitério do Peso da Régua, Vila Real, revelou hoje o Círculo Literário Agustina Bessa-Luís.

 

 

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