Miguel Duarte tinha apenas 24 anos quando, ao ver notícias sobre as tragédias no mar relacionadas com os refugiados, decidiu que era a sua vez de ajudar estas pessoas.
Assim, em 2016, juntou-se à organização não-governamental alemã Jugend Rettet e partiu para o alto-mar.
“Ao fim de um ano tinha salvo 14 mil pessoas”, diz Miguel Duarte num vídeo publicado no YouTube pela Humans Before Borders, no qual apela à ajuda de todos.
Este apelo surge na sequência de ter sido constituído arguido pelo governo italiano por suspeitas do crime de auxílio à imigração ilegal.
No referido vídeo, Miguel explica como decidiu que deveria fazer alguma coisa pelos milhares de refugiados que arriscam as suas vidas em alto-mar para fugirem à miséria e à guerra nos seus países de origem.
O jovem português garante que “há memórias que nunca vão sair” da sua cabeça, pois viu “milhares de homens, mulheres e crianças em completo sofrimento”.
“Basta um dia no mar para vermos que não vêm por escolha própria”, frisa Miguel, lembrando que, pese embora tenha, juntamente com a tripulação do navio Iuventa, ajudado a salvar “muitas pessoas”, também “perdemos muitas pessoas”.
Apesar de ter sido constituído arguido por salvar pessoas de morrerem afogadas no mar, Miguel garante que “tirar estas pessoas da água é o que está certo” e, por isso, faz um apelo: “Venho pedir ajuda para lutar contra esta injustiça e para que a solidariedade não se torne um crime”.