Francisco José Ferreira, adjunto de José Artur Neves, demitiu-se esta segunda-feira, depois de o Jornal de Notícias ter noticiado que foi ele o responsável pela indicação da empresa que realizou os 'kits de incêndio' que incluem as polémicas golas inflamáveis.
Numa nota enviada à agência Lusa, o gabinete do ministro da Administração Interna informa que "o Técnico Especialista Francisco José da Costa Ferreira pediu a exoneração de funções no Gabinete do Secretário de Estado da Proteção Civil".
O pedido foi aceite pelo secretário de Estado da Proteção Civil, José Artur Neves, acrescenta a mesma nota oficial. Este domingo, o governante remetera a responsabilidade sobre o processo de compra das golas antifumo para a Autoridade Nacional de Proteção Civil, negando qualquer envolvimento no caso.
O Jornal de Notícias escreve hoje que Francisco Ferreira, também presidente da concelhia do PS/Arouca, foi quem recomendou as empresas para a compra das 70 mil golas antifumo inflamáveis, 15 mil 'kits' de emergência com materiais combustíveis e panfletos entregues às 1909 povoações abrangidas pelo programa.
No sábado, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, mandou abrir um inquérito urgente sobre contratação de material de sensibilização para incêndios, na sequência de notícias sobre golas antifumo com material inflamável distribuídas no âmbito do programa 'Aldeias Seguras'.
Em comunicado, o ministério referia que "face às notícias publicadas sobre aspetos contratuais relativamente ao material de sensibilização, o ministro da Administração Interna pediu esclarecimentos à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e determinou a abertura de um inquérito urgente à Inspeção-Geral da Administração Interna".
O Jornal de Notícias noticiou na sexta-feira que 70 mil golas antifumo fabricadas com material inflamável e sem tratamento anticarbonização, que custaram 125 mil euros, foram entregues pela proteção civil no âmbito dos programas 'Aldeia Segura' e 'Pessoas Seguras'.