No final da reunião semanal do Centro de Coordenação Operacional Nacional (CCON), o ministro da Administração Interna falou aos jornalistas e revelou que os resultados do combate aos incêndios "motivam a manter a vigilância" e "a alteração de comportamentos e disponibilidade das forças que estão num nível máximo de prontidão".
Nos próximos dias, sublinhou Eduardo Cabrita, apesar da "aparente melhoria das condições meteorológicas", torna-se imperioso tomar "atenção às recomendações das entidades responsáveis pela vigilância" e devem ser "evitados quaisquer comportamentos que possam contribuir para o aumento do risco".
A aposta passa também por "fazer mais na prevenção, mais trabalho na limpeza da floresta, no envolvimento das populações, das autarquias locais e dos cidadãos. É preciso que se compreenda que nos próximos dias não se pode abrandar o esforço de prevenção".
O ministro do Governo de Costa escusou-se a tirar conclusões relativamente à época de incêndios, considerando porém que há menos área ardida. "Não faço balanços, ainda assim a área ardida é inferior à do ano passado em 26% e é 42% inferior à média dos últimos 10 anos", ressalvou. Em 2018, e nos primeiros sete meses do ano, informou ainda, foram registados "18 mil incêndios", que ocorreram num "contexto de alterações climáticas" e de trabalho que está por fazer nas florestas.
Já questionado relativamente às golas inflamáveis, o ministro reiterou que estas "não são antifogo", acusando os meios de comunicação de "provocarem alarme social. Nesta matéria deve haver sentido de responsabilidade social". Recordou Cabrita que as golas distribuídas pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) foram analisadas pelo "único centro de investigação em incêndios florestais em Portugal, da Universidade de Coimbra".
Quanto ao pré-aviso de greve dos motoristas de matérias perigosas que ameaça parar o país, o ministro com a pasta da Administração Interna manifestou confiança "nos colegas de Governo" que têm a seu cargo "a promoção do diálogo social". A "ANEPC é responsável pela coordenação do planeamento civil de emergência e está a decorrer neste momento uma reunião de todas as entidades, não na frente de prevenção de incêndios, mas na frente de planeamento civil de emergência para preparar o que possa ser necessário acautelar na salvaguarda de investimento e funcionamento da rede de emergência" durante uma eventual greve.