"Na área da Pateira de Fermentelos, a caça chegou mesmo a iniciar-se durante a madrugada de domingo e prolongou-se até ao anoitecer. Apesar da elevação do grau de prontidão e resposta operacional por parte das autoridades, que se deslocaram à área numa operação de fiscalização e patrulhamento, diversos caçadores optaram por incorrer num crime de desobediência", relata aquela associação ambientalista.
Num comunicado, a Quercus lembra que o Governo prolongou até terça-feira o estado de alerta, devido ao risco de incêndio, "determinando a proibição do acesso, circulação e permanência no interior dos espaços florestais, previamente definidos nos planos municipais de defesa da floresta contra incêndios, bem como nos caminhos florestais e caminhos rurais".
O Núcleo Regional de Aveiro da Quercus refere ainda que nas últimas épocas venatórias se tem registado "um aumento do número de denúncias e queixas sobre a prática da caça nas zonas de caça municipais da Pateira de Fermentelos e do Vale do Cértima, nomeadamente o abate de espécies não cinegéticas, a recolha de ovos de espécies protegidas, o desrespeito pelas distâncias de proteção dos povoados e das estradas, a invasão de terrenos ocupados com culturas agrícolas, a não recolha de cartuchos vazios após a sua utilização e o abandono de cães de caça".
"A Quercus Aveiro considera que estas situações não dignificam a imagem do caçador e dos Clubes de Caça e exige, por isso, uma ponderação séria sobre a prática da caça na área da Pateira de Fermentelos e do Vale do Cértima, dado que põe em causa a preservação da biodiversidade, a permanência da Pateira na rede de Zonas Húmidas de Importância Internacional Ramsar e a promoção do turismo de natureza, enquanto produto turístico estratégico", refere o comunicado.