Destruição no Porto das Lages põe em causa abastecimento às Flores
O presidente do Governo Regional dos Açores, Vasco Cordeiro, afirmou hoje que a destruição que se verificou no Porto das Lajes, nas Flores, com a passagem do furacão "Lorenzo", "põe em causa aspetos fundamentais como o abastecimento à ilha".
© Bruno Costa
País Furacão Lorenzo
Numa nota divulgada pelo Governo Regional dos Açores, Vasco Cordeiro destacou ainda o facto de a passagem do furacão "Lorenzo" pelo arquipélago, na madrugada e manhã de hoje, não ter provocado vítimas.
"A segurança das pessoas foi o principal. O facto de, até este momento em que estou a falar, não haver vítimas a registar, deve-se, em primeiro lugar, à responsabilidade com que cada um dos açorianos encarou este momento de provação", afirmou Vasco Cordeiro, citado no comunicado.
O presidente do executivo regional, que acompanhou a passagem do furacão na ilha das Flores, ressalvou, contudo, que "há muito trabalho" e que "há danos que se afiguram elevadíssimos", além de situações de desalojados, nomeadamente nas Flores e no Faial.
"No Faial, há situações com desalojados, que nos merecem preocupação. Assim que for possível, em termos de condições de segurança, avançaremos de imediato para a avaliação das condições destas habitações", referiu, acrescentando que, no Pico, também foi necessário proceder a evacuações por precaução.
Quando o tempo melhorar, acrescentou Vasco Cordeiro, um conjunto de áreas será avaliado com "maior exatidão para apurar a extensão dos danos".
"Vamos começar já a trabalhar para repor a normalidade das pessoas que viram as suas habitações afetadas por este mau tempo, assim como nas infraestruturas", salientou.
Vasco Cordeiro enalteceu também o profissionalismo e a dedicação de todos que estiveram envolvidos na operação montada devido à passagem do furacão "Lorenzo": bombeiros voluntários, profissionais da proteção civil, funcionários da administração regional, das Forças Armadas e de segurança, dos rádio amadores, dos profissionais da comunicação social, entre outros.
"A todos eles se deve, em grande medida, o facto de não haver vítimas a registar", disse, adiantando que, agora, os açorianos farão o que fazem há cerca de 600 anos no arquipélago, "reconstruir e andar para a frente".
Durante a madrugada, o presidente do Governo Regional esteve no quartel dos Bombeiros Voluntários de Santa Cruz das Flores, visitou os operacionais que reforçaram os meios humanos e materiais existentes na ilha e esteve em contacto permanente com os secretários regionais que estavam nas restantes oito ilhas do arquipélago a acompanhar a passagem do furacão "Lorenzo".
Em declarações aos jornalistas ao início da tarde, a secretária regional da Saúde dos Açores, que tutela a Proteção Civil, Teresa Machado Luciano, revelou que o furacão provocou mais de 170 ocorrências esta madrugada e manhã no arquipélago e obrigou ao realojamento de mais de 50 pessoas.
"Em termos de ocorrências, 171, sendo que temos 66 no Faial, 23 nas Flores, 28 no Pico, 21 em São Jorge, oito na Graciosa, 20 na Terceira, duas em São Miguel e três no Corvo",
Segundo a governante, foi necessário realojar 53 pessoas em três ilhas: "quatro em São Jorge, 42 no Faial e sete nas Flores".
Esta manhã foi ainda equacionada a possibilidade de se retirar uma centena de pessoas nas Lajes do Pico, por precaução, mas afinal foram apenas 50.
Todas as pessoas foram realojadas em casas de familiares ou em soluções encontradas pela Direção Regional da Habitação e pela Secretaria Regional da Solidariedade Social.
Entre as ocorrências, as mais comuns foram "quedas de árvores, inundações, vias destruídas e galgamentos costeiros", mas são os prejuízos no Porto das Lajes das Flores, o único porto comercial da ilha, que merecem maior preocupação do executivo açoriano.
"A ocorrência mais grave, muito complicada, é a questão do molhe de proteção do Porto das Lajes das Flores, que ficou totalmente destruído", frisou Teresa Machado Luciano.
O aviso relativo às rajadas de vento nas ilhas dos grupos ocidental e central já baixou para amarelo (o terceiro mais grave), mas a agitação marítima mantém-se sob aviso laranja (o segundo mais grave da escala), até às 15:00 locais (16:00 em Lisboa).
Nesse sentido, o Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores vai continuar "em alerta" até ser feita uma nova avaliação com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
A rajada de vento máxima registada pelo IPMA foi de 163 km/h, às 08:25, no Corvo.
VAM // MLS
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