Morreu Diogo Freitas do Amaral aos 78 anos de idade, avançou a SIC Notícias, tendo depois a Lusa confirmado junto de uma fonte da família.
O antigo presidente e fundador do CDS foi internado no passado dia 16 de setembro nos cuidados intermédios do Hospital CUF de Cascais, por motivo de doença oncológica. Morreu na manhã desta quinta-feira.
O corpo será velado a partir de amanhã à tarde no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, e o funeral realiza-se no dia seguinte, sábado, no cemitério da Guia em Cascais.
António Costa reagiu à morte do antigo ministro, afirmando que “faleceu um dos fundadores do nosso regime democrático”. O primeiro-ministro anunciou também que será decretado Luto Nacional no dia do funeral de Freitas do Amaral.
Entretanto, também o gabinete da Presidência da República emitiu uma nota de homenagem a Freitas do Amaral. "O Presidente da República manifesta o seu mais fundo pesar pelo falecimento de Diogo Freitas do Amaral, um dos quatro Pais Fundadores do sistema político-partidário democrático em Portugal, como Presidente do Centro Democrático e Social", pode ler-se.
"A Diogo Freitas do Amaral deve a Democracia portuguesa o ter conquistado para a direita um espaço de existência próprio no regime político nascente, apesar das suas tantas vezes afirmadas convicções centristas", acrescenta o Presidente da República que, além disso, "perdeu um grande amigo pessoal de meio século".
A líder do CDS, Assunção Cristas, interrompeu um almoço de campanha em Barcelos, para fazer um minuto de silêncio em homenagem ao fundador - "a quem devemos a fundação do CDS" - e recordando os tempos difíceis em foi criado o partido do Centro Democrático Social, juntamente com dirigentes como Adelino Amaro da Costa.
"Eu, enquanto presidente do CDS, só posso estar grata por esse trabalho, por essa coragem, tantas vezes debaixo da ameaça, tantas vezes debaixo de fogo", disse.
Diogo Pinto Freitas do Amaral, professor universitário, nasceu na Póvoa de Varzim em 21 de julho de 1941. Além de fundar e presidir o CDS, Diogo Freitas do Amaral fez ainda parte de governos da Aliança Democrática (AD), entre 1979 e 1983, e mais da tarde do PS, entre 2005 e 2006, após ter saído do CDS em 1992.
Foi primeiro-ministro interino após a morte de Francisco Sá Carneiro e ministro dos Negócios Estrangeiros de um governo socialista (2005 a 2006).
No final de junho deste ano, Freitas do Amaral lançou o seu terceiro livro de memórias políticas, intitulado 'Mais 35 anos de democracia - um percurso singular', que abrange o período entre 1982 e 2017, editado pela Bertrand.
Nessa ocasião, em que contou com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro líder do CDS e candidato nas presidenciais de 1986 recordou o seu "percurso singular" de intervenção política, afirmando que acentuou valores ora de direita ora de esquerda, face às conjunturas, mas sempre "no quadro amplo" da democracia-cristã.