Marcelo perdeu "grande amigo". Da saudade à gratidão a Freitas do Amaral

O Presidente da República lamenta a morte de um "grande amigo de meio século" e faz homenagem aquele que foi um dos "pais fundadores a integrar a Direita conservadora portuguesa".

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Filipa Matias Pereira
03/10/2019 14:09 ‧ 03/10/2019 por Filipa Matias Pereira

País

Freitas do Amaral

Marcelo Rebelo de Sousa já reagiu à morte de Diogo Freitas do Amaral, manifestando, em comunicado na página oficial da Presidência da República, "o mais fundo pesar".

A Diogo Freitas do Amaral, defende o chefe de Estado, "deve a Democracia portuguesa o ter conquistado para a Direita um espaço de existência próprio no regime político nascente, apesar das suas tantas vezes afirmadas convicções centristas".

Deve, também, "intervenções decisivas na primeira revisão constitucional e na feitura de diplomas estruturantes, como a Lei da Defesa Nacional e das Forças Armadas, a Lei Orgânica do Tribunal Constitucional, o Código do Procedimento Administrativo e parte apreciável da legislação do Contencioso Administrativo e da Organização Administrativa".

Pode ainda ler-se na nota de homenagem que, no plano interno, deve-se ao antigo ministro "uma rica experiência parlamentar e governativa, com relevo para o Conselho de Estado, em 1974, a Assembleia Constituinte, a Vice-Presidência do Conselho de Ministros e o desempenho de funções ministeriais na Defesa Nacional e nos Negócios Estrangeiros". E, no plano externo, "uma prestigiante projeção de Portugal, em particular na Presidência da Assembleia Geral das Nações Unidas e na Presidência da União Europeia das Democracias Cristãs".

Marcelo Rebelo de Sousa recorda ainda, "como testemunho de excelência cívica", a participação de Freitas do Amaral "na mais notável e disputada eleição presidencial em Democracia, e na qual avultaram os dois competidores da segunda volta, ambos pais fundadores do regime e ambos potenciais primeiros Presidentes da República civis".

"Juntando uma cuidadosa formação pessoal a uma inteligência seletiva", Diogo Freitas do Amaral uniu "preocupação de rigor concetual com atenção à realidade", era "dotado de um trato inexcedível e de uma leal constância a um grupo de amigos, colegas de Escola ou de vida".

O também professor universitário, como lembra Marcelo, "acabaria por ser sempre um homem solitário, por causa da sua visceral independência, da sua aversão a prisões de pensamento, da sua descoberta feita ao longo de décadas de que havia mais mundos do que aquele ou aqueles que haviam marcado a sua juventude e o seu protagonismo primeiro na jovem Democracia portuguesa".

O Presidente da República, que, além do mais, "perdeu um grande amigo pessoal de meio século, apresenta à família [de Freitas do Amaral] a expressão de grande saudade, mas, sobretudo, da gratidão nacional para o que foi o papel histórico de ter sido aquele dos pais fundadores a integrar a Direita conservadora portuguesa na Democracia constitucionalizada em 1976".

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