O arguido está acusado de 480 crimes de abuso sexual de crianças e outros tantos de coação sexual agravada de que foi vítima uma filha de um casal amigo.
O homem, que se encontra em prisão preventiva, responde também por cinco crimes de pornografia de menores.
Segundo a acusação do Ministério Público (MP), consultada pela Lusa, os abusos começaram em 2014, quando a ofendida tinha 11 anos, e prolongaram-se até 2016, ocorrendo com uma frequência quase diária na casa do arguido, em Santa Maria da Feira, ou na sua viatura.
O MP diz que o arguido terá aproveitado a proximidade e o clima de confiança existente para abusar sexualmente da menor, oferecendo-lhe roupas, perfumes, flores, telemóveis, jantares e bilhetes para o cinema, para controlá-la e mantê-la próxima de si.
De acordo com os investigadores, o arguido chegou a fotografar os atos sexuais praticados com a menor, sem conhecimento ou consentimento desta, para poder visualizá-los quando quisesse e eventualmente divulgá-los a outras pessoas.
O MP diz ainda que o arguido controlava os movimentos da menor, impedindo-a de conviver com amigos e, quando esta tentou terminar o relacionamento, ameaçou publicar nas redes sociais fotografias em que ela aparecia nua e fazer mal aos seus progenitores.
A menor acabou por denunciar o caso à Polícia Judiciária (PJ) que deteve o homem em dezembro de 2016.
Durante uma busca à residência do suspeito, foram aprendidos diversos ficheiros contendo imagens e vídeos da menor a manter relações com o arguido e em poses sexuais.