"Particularmente e concretamente como igreja grata de Lisboa e reconhecida a ele, sigamos o seu exemplo de simplicidade escuta e fidelidade ao Evangelho". Estas foram as palavras do patriarca de Lisboa, Rui Valério, durante a homilia que celebrou em homenagem à vida do Papa Francisco, uma vida que "foi marcada por uma transformação pascal: da doença à oferta, da idade à sabedoria, do sofrimento à esperança".
Foi nas escadas à saída da Sé, já depois de terminada a missa, que Constança, com 20 anos de idade, admitiu que esteve nas Jornadas Mundiais da Juventude em 2023 e confessou que já esperava a partida do Papa, devido à sua idade, mas que "há sempre uma tristeza muito grande porque foi um Papa que acompanhou os jovens".
"Ele acompanhou-nos, crescemos com ele, nós crescemos na fé com o Papa", acrescenta.
Já João recebeu "a notícia dolorosa" do falecimento do Papa com muito custo, uma vez que o sumo pontífice "tinha um carinho especial pelo país".
"Como, católico, como português, marcou-me bastante", adiantou o jovem de 22 anos, que assistiu à eucaristia com os seus amigos.
O patriarca de Lisboa, que convocou esta missa em homenagem a Francisco pouco depois do anúncio do óbito pelo Vaticano, disse que pouco tempo antes de falar aos jornalistas alguém lhe "confidenciava que também quando foi a partida do Papa São João Paulo II, a Sé se encheu de tal maneira".
"Eu não presenciei esse momento, mas emocionou-me, porque verdadeiramente o Papa Francisco entrou dentro dos nossos corações, ali permanece, e creio que essa presença, que agora é reforçada pela saudade, mas também por um profundo sentido de esperança, que essa presença se transforme, como nós também na mesma homilia desejávamos", acrescentou Rui Valério.
A eucaristia comoveu imensas pessoas tanto no interior, como no exterior da Sé, e João admite ser uma delas, uma vez que gosta muito de assistir às missas celebradas pelo patriarca e acima de tudo comoveu-o por ver a Sé de Lisboa, "que é uma igreja tão bonita, cheia de portugueses".
Nas suas últimas palavras durante a missa, numa Sé adornada por centenas de caras, Rui Valério defendeu que todos "somos responsáveis por receber e viver o testamento do Papa Francisco a sua herança de fraternidade, de amizade e de amor" e pediu à Virgem Maria, "Mãe da Esperança, que acolha de braços bem abertos, com aquela abertura que o Papa Francisco sonhou para a Igreja, da qual ela é imagem a este seu filho que tanto a amou e anunciou".
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