"As academias advertem para o uso não regulamentado da medicina tradicional chinesa", referem em comunicado o Conselho Consultivo das Academias Europeias de Ciências e a Federação das Academias Europeias de Medicina.
As duas entidades exigem "uma revisão do quadro de regulamentação europeu para que a medicina tradicional chinesa seja enquadrada nos mesmos padrões de prova que a medicina convencional".
Em Portugal, o exercício da medicina tradicional chinesa, tal como de outras seis terapêuticas não convencionais, é enquadrado por uma lei de 2013.
A tomada de posição das academias europeias de ciências e medicina surge depois de a Organização Mundial de Saúde (OMS) ter incluído um item sobre a medicina tradicional chinesa na mais recente classificação internacional de doenças, de referência para os profissionais de saúde e que entrará em vigor em 01 de janeiro de 2022.
"O facto de a OMS ter incluído um capítulo sobre a medicina tradicional chinesa não quer dizer que se pode automaticamente usá-la sem provas sólidas da sua segurança", afirmou, citado pela agência noticiosa AFP, o presidente da Academia Real das Ciências da Suécia, Dan Larhammar.
Segundo o ex-presidente do Conselho Consultivo das Academias Europeias de Ciências Jos van der Meer, "algumas medicinas tradicionais chinesas podem ter efeitos secundários sérios e interagir com outros tratamentos", correndo alguns doentes o risco de serem tratados "ineficazmente e o recurso à medicina convencional ser retardado".