Recusado pedido de libertação de Rosa Grilo
A mulher de Luís Grilo irá continuar a aguardar o julgamento em prisão preventiva, avança a SIC Notícias.
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País Rosa Grilo
Rosa Grilo, que aguarda em prisão preventiva o final do julgamento em que é uma das suspeitas do homicídio do marido, viu ser rejeitado o pedido de libertação interposto pela defesa. A informação é avançada, esta quarta-feira, pela SIC Notícias.
Tânia Reis, advogada da arguida, tinha avançado com um requerimento para a libertação de Rosa Grilo na sexta-feira. Fonte judicial disse à Lusa que o coletivo de juízes entendeu que não tinham sido alterados os pressupostos que justificam a prisão preventiva. Com esta decisão, Rosa Grilo vai aguardar em prisão preventiva a leitura do acórdão, agendada para 10 de janeiro.
Recorde-se que o amante de Rosa Grilo, António Joaquim, saiu em liberdade no dia 6 de dezembro, na sequência de um requerimento apresentado pela defesa, no qual se solicitava a revogação da prisão preventiva por se entender que "não existiam elementos probatórios que pudessem sustentar a tese da acusação". O suspeito da morte do triatleta, em coautoria com a mulher da vítima, tinha sido detido em setembro de 2018.
Perante esta decisão, o Ministério Público apresentou um requerimento a pedir a anulação do despacho judicial que ordenou a libertação de António Joaquim.
Saliente-se que a acusação do MP atribui a António Joaquim a autoria do disparo sobre Luís Grilo, na presença de Rosa Grilo, no momento em que o triatleta dormia no quarto de hóspedes na casa do casal, na localidade de Cachoeiras, Vila Franca de Xira (distrito de Lisboa).
O crime, que ocorreu em 15 de julho de 2018, terá sido cometido para António Joaquim e Rosa Grilo poderem assumir a relação amorosa e beneficiarem dos bens da vítima - 500 mil euros em indemnizações de vários seguros e outros montantes depositados em contas bancárias tituladas por Luís Grilo, além da habitação.
O corpo viria mais tarde a ser encontrado com sinais de violência e em adiantado estado de decomposição, mais de um mês após o desaparecimento, a cerca de 160 quilómetros da sua casa, na zona de Benavila, concelho de Avis, distrito de Portalegre.
Já durante o julgamento, a 26 de novembro, o Ministério Público pediu no Tribunal de Loures penas acima dos 20 anos de prisão para Rosa Grilo e António Joaquim. Nas alegações finais, o procurador do MP, Raul Farias, defendeu perante o tribunal de júri penas acima dos 20 anos e meio de cadeia para os arguidos, sustentando que ambos planearam, delinearam e executaram um plano com vista a matar a vítima.
O procurador admitiu que a prova pericial e testemunhal contra António Joaquim "é zero", sustentando, no entanto, que foi o arguido quem efetuou o único disparo que matou Luís Grilo, quando este se encontrava na sua casa nas Cachoeiras, concelho de Vila Franca de Xira, na madrugada de 16 de julho de 2018, baseando-se apenas nas declarações da arguida Rosa Grilo.
O procurador justifica esta conclusão com o facto de a arguida "não saber disparar" uma arma e também por "desconhecer como é que o marido foi morto", pois esta afirmou ter ouvido dois tiros quando a autópsia confirma que Luís Grilo foi morto com um disparo apenas.
O arguido está a ser julgado, segundo o procurador, apenas devido às declarações de Rosa Grilo, que assumiu ter ido buscar e depois levar a arma à casa de António Joaquim, sem este saber, para se sentir mais segura em sua casa, alegando que o seu marido estaria a ser ameaçado por causa de negócios com diamantes.
Rosa Grilo e António Joaquim conhecem o acórdão em 10 de janeiro de 2020, pelas 14h00.
[Notícia atualizada às 19h56]
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